QUADRINHOS

Jean Grey e Polaris protagonizam problemática nas HQs dos X-Men

Durante a X-MEN #5, as X-Women Jean Grey, Polaris e Wolverine foram alvos de críticas e problematizações na HQ de Gerry Duggan.

Publicada na última quarta-feira, X-MEN #5, escrita por Gerry Duggan, desenhada por Javier Pina (e Zé Carlos) e colorida por Erick Arciniega, se tornou uma das HQs mais comentadas no tópico dos quadrinhos.

Seja pela comunidade mutante no Twitter ou em fóruns espalhados pela internet, o assunto “Jean Grey invadiu a privacidade mental da Polaris” e “Lorna violou o corpo da Laura (Wolverine)” foram tópicos de longas e longas discussões na internet.

Mas antes de entrarmos em todo o assunto, iremos contextualizar o que houve.


⊗ JEAN GREY, POLARIS E O BAILE DE GALA
“Oh, tanto faz… apenas não me escolha”

A primeira situação ocorreu entre Jean Grey e Polaris durante a votação anual aos membros dos  X-Men que aconteceu durante o Baile de Gala do Inferno. Entre os mais votados, a mutante Polaris escolhida do “voto popular humano” — que aconteceu no site da Marvel.

No entanto, dentro do contexto das HQs, a Lorna mesmo querendo fazer parte da equipe “se negou” a participar. E Jean Grey, a telepata ômega que gerenciava a votação mental, percebeu essa inquietação na Lorna.

Para quem não conhece, Polaris é uma mutante com transtorno bipolar, e o ato dela “mudar de humor” para algumas escolhas acaba sendo gatilho e também um dos sintomas de seu transtorno.

Aliás, toda essa situação envolvendo a Lorna merece um artigo sobre a vulnerabilidade de sua mente e como o seu transtorno de bipolaridade já foi abordado nas HQs — e fora também —, seja de forma correta ou estereotipada.

“Hmm. Isso. Assim é melhor.

Jean percebeu justamente isso e filtrou os pensamentos da filha do Magneto, onde em um “apenas não me escolha” ela percebeu escondido a frase “apenas me escolha”, que foi o primeiro impulso da Lorna, a sua verdadeira vontade, e não aquilo que o seu transtorno bipolar havia previamente alterado.


⊗ A PROBLEMÁTICA
“Porque você fez isso comigo? Porque você mudou o que eu disse lá no Baile de Gala?”

Acontece que para alguns leitores a ação da Jean “mudar” o pensamento da Lorna foi visto como um ato de invasão de privacidade (mental), muito problematizado entre os leitores e um verdadeiro tabu dentre os telepatas.

A discussão se estendeu inclusive ao nível de alguns leitores — e também haters da personagem — comparar com outro momento polêmico da ruiva, o de “tirar o Bobby da geladeira” e expor sua homossexualidade.

“O que está acontecendo? / Bobby… Você é gay.”

Existe até mesmo quem acredita quem foi intenção do escritor em criar esse paralelo na X-MEN #5 com a NOVÍSSIMOS X-MEN #40 de Brian Michael Bendis, edição onde a jovem Jean “viola” os pensamentos gritantes de Bobby na tentativa de esconder o fato de que ele é gay. Sendo uma forma do escritor humilhar — mais uma vez — a Jean. E certamente isso não é verdade, mas também não isenta a culpa dele na história.

Apesar de toda a confusão — criada pelos leitores e também pela péssima mão do autor em lidar com assuntos delicados —, Jean sempre foi descrita como alguém passional e empática. Aliás, esses são dois de seus maiores pontos fortes, como personagem e também como psíquica.

E mesmo com sua telepatia ômega podendo avançar fronteiras dimensionais e cruzar espaços inimagináveis, a ruiva certamente não é de se cruzar limites no que se diz respeito à necessidade de tal ação.


⊗ JEAN ENCORAJOU LORNA
“Eu fui no seu primeiro impulso, não aquele em que você diminuía o seu sucesso.”

Com o contexto explicado, é correto afirmar que Jean de forma alguma quis manipular as decisões da Polaris ou interferir em suas escolhas.

Lorna e Jean são amigas, já fizeram diversas missões juntas como X-Men desde os primórdios da equipe e atualmente estão no mesmo time. A intenção da Jean nessa HQ de forma alguma deve ser encarada como abuso ou violação mental, quando justamente a ideia era indicar o apoio da ruiva para as decisões da própria Polaris — e não as divergências oriundas de seu transtorno bipolar. E ela como telepata poderia dar esse apoio e assim o fez, como foi explicado nas páginas finais da X-MEN #5.

E não se enganem, é MUITO comum escritores esquecerem que tais personagens representam X e Y ou que carregam N evoluções ao longo de mais de 60 anos de histórias dos X-Men — o que não deveria ser —, o correto é sempre fazer uma pesquisa antes de escrever X situação delicada envolvendo personagens, evitando assim complicações como essa entre Lorna e Jean.


⊗ O ROTEIRO FALHO DE GERRY DUGGAN
“Algo realmente está me incomodando”

Dito isso, podemos afirmar que faltou perícia e também delicadeza por parte do Gerry Duggan em escrever a forma como Jean abordou a Lorna e também na forma de “explicar” o contexto de suas mudanças de humor, o que de todo modo não teve. E nisso não só Duggan, como todo o grupo de editores do X-OFICCE falharam.

E essa problemática entre Polaris e Jean Grey não é a única da edição. Anteriormente esse artigo estava definido para abordar os dois problemas citados no início do texto. Porém, decidimos dividir o texto — pois ficou muito longo — e deixaremos para a parte dois ser publicada daqui algumas horas no site.

Ao final da HQ, Lorna escreve uma carta ao Estrela Polar dizendo para ele substituí-la nos X-Men, pois ela precisava tirar um tempo pra ela e de férias.



De qualquer forma, dados os seus devidos contextos, o que você achou de toda essa confusão entre Lorna, Jean e o Gerry Duggan?  Vocês concordam com a gente ou tiveram um critério de julgamento diferente? Comentem abaixo, vamos debater!

E caso não nos siga, acesse nosso INSTAGRAM e fique por dentro de todas as notícias a respeito dos mutantes em primeira mão. E também se inscreva em NOSSO CANAL NO YOUTUBE e no nosso PODCAST NO SPOTIFY, onde comentamos muito mais sobre nossos X-Men e seu universo!