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BOMBA: China pode barrar fusão da Fox com a Disney!

Recentemente nós havíamos noticiado que a fusão entre a Fox e a Disney seria concluída até janeiro de 2019. Na mesma notícia, comentamos que após o Departamento de Justiça americano ter aprovado a compra em agosto, as duas empresas passaram a buscar a aprovação de diversos países do mundo. Mas ao que parece, um deles pode não cooperar: a China.

De acordo com um relatório do The Hollywood Reporter, devido ao fato do presidente norte americano Donald Trump estar aumentando a sua guerra comercial contra a China, muitos investidores temem que o país possa revidar, dificultando algumas transações de empresas do país. Segundo Adams Lee, advogado do escritório de advocacia Harris Bricken:

“A discussão é que a China pode considerar todas as opções disponíveis para responder as tarifas de Trump, incluindo usar leis anti-monopólio chinesas para impedir negociações que tenham fortes ligações com os Estados Unidos. Portanto, é uma possibilidade real que a fusão Fox-Disney possa ser vista pelas autoridades chinesas como um potencial candidato a alvo.”

O crescimento do mercado chinês faz com que a China tenha bastante influência. Por conta disso, a empresa norte americana Qualcomm viu a sua aquisição de 44 bilhões de dólares de uma empresa de semicondutores holandesa ser barrada em julho, quando a China recusou a comentar sobre a transação.  A agência anti-monopólio chinesa nunca comentou sobre a negociação, apenas deixou o prazo para a sua resposta acabar. Essa ação foi interpretada como uma resposta a Trump.

De acordo com Stanley Rosen, professor da USC especializado em cultura industrial chinesa:

“Essa decisão chinesa poderia enfraquecer todos os seus argumentos para persuadir os americanos de que uma guerra comercial é equivocada e unilateral, com toda a culpa sobre Trump.”

A China tem trabalhado para mostrar ao mundo de que é uma firme defensora da globalização, em contraste com a política ‘América Primeiro‘ de Trump. De acordo com Rosen:

“Mas se eles se opuserem a esse acordo, eles estarão enviando uma mensagem que não chocaria apenas as empresas americanas, mas também as europeias e outras empresas multinacionais, o que provavelmente terá impacto sobre investidores e empresas que desejam fazer negócios com a China.”

Bloomerang estima que menos de 2% da receita total da Fox é gerada na China. Mas é possível que os reguladores de Pequim se concentrem na parte em que a força combina das duas empresas poderia ser problemática: o cinema. Os filmes americanos representaram mais de 40% das bilheterias na China em 2017, com a Disney liderando.  Segundo Thomas Brown, advogado anti-monopólio da empresa de advocacia Paul Hastings, a China terá um grande desafio:

“O grande desafio da China será provar de que ainda não há um grande número de concorrentes americanos para a Fox e para a Disney e nem novos concorrentes no mercado chinês.”

O último comentário da Disney sobre o assunto foi em agosto durante a reunião de planejamento da empresa, quando o CEO da Disney Bob Iger respondeu a pergunta de um analista sobre o processo com a Disney. Na ocasião Iger disse: “Não temos atualização sobre os registros regulatórios“.

Caso  a China barre a negociação, a Fox e a Disney não poderão lançar filmes juntas no país.