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Porque faz sentido o Homem de Gelo ser um mutante gay

Cinco anos atrás, em 2015, a Marvel Comics – ou exclusivamente o escritor Brian Michael Bendis – na edição #40 de Novíssimos X-Men decidiu “tirar” o jovem Homem de Gelo do armário usando a persona da jovem Jean Grey como âncora.

É muito estranho ter alguém realmente declarando ou definindo a orientação sexual de uma outra pessoa com tamanha insistência como se fosse um especialista no assunto. Mas “tudo bem“, Jean é uma telepata, então ela podia realmente ter certeza disso. Independentemente da orientação sexual que Bobby Drake aparentava ter, a ideia de explorar o personagem e sua sexualidade foi absolutamente intencional. Isso foi confirmado em uma entrevista a MTV com o editor-chefe da Marvel, Axel Alonso:

Bem, Brian [Bendis] escreveu um roteiro. Ele estava querendo isso há um bom tempo, e segundo ele tinha chão aonde ele queria chegar. Então ele enviou ao editor, que por sua vez me enviou, e começamos uma discussão sobre a possibilidade.

Depois que Bendis foi “honestamente persuasivo” sobre o assunto, Alonso deu uma olhada no passado do Homem de Gelo, passou a caneta em algumas coisas e a decisão foi então tomada.
“Todo esse processo inicial é chato. Mas ele tinha uma boa história para contar e achamos que valia a pena seguir a diante, acrescentou Alonso.


O que na verdade poderia ter sido apenas mais uma das muitas manobras usadas para impulsionar as vendas dos jovens mutantes no passado, rendeu um dos momentos mais importantes de um dos X-Men fundadores. Isso foi sentido por alguns dos leitores que na época se sentiram representados por um personagem que viveu boa parte da sua vida sendo um homem gay reprimido por uma sociedade preconceituosa – e também foi sentida por outros que odiaram essa “mudança”, mesmo não dando a mínima para o Homem de Gelo como personagem.

A jovem tirando o Bobby do armário.

Por outro lado, o Homem de Gelo “quebrando seu iceberg” quase já aconteceu na edição #319 dos Fabulosos X-Men, escrita por Scott Lobdell e publicada em 1994 – falaremos disso mais tarde.

O fato do jovem Bobby ter tido sua sexualidade explorada nos tempos modernos de 2016 nos mostra o quanto a “sociedade estava mais habituada a aceitar” a existência de pessoas e personagens LGBTQIA+. Mas sabemos que isso não é verdade, afinal vivemos em um mundo tão preconceituoso, onde até mesmo leitores de X-Men reproduzem o preconceito como arma de opinião, sendo não só homofóbicos como também muitas vezes racista.

Jovem Bobby questionando a Jovem Jean sobre sua outra versão não ser gay.

No entanto, não exclui a ideia de que o jovem Bobby tenha se sentido mais seguro no tempo atual, diferente do seu tempo original, lá em 1963. Por isso os seus pensamentos sobre a possibilidade de viver como um mutante homossexual estavam mais latentes, e a vontade de tentar reprimir isso o máximo possível foi sentida pela jovem Jean, que estava com a sua telepatia muito mais forte e intensa do que a sua versão de 1963.

Apesar da jovem Jean Grey ter sido usada nesse momento importante como um recurso narrativo – e um péssimo, vide que a ação dela foi extremamente invasiva -, mais tarde ela volta a repetir o feito, confrontando dessa vez o Homem de Gelo adulto, acompanhada da versão mais jovem dele.

Durante a edição #600 dos Fabulosos X-Men, descobrimos também que o Homem de Gelo adulto é gay. Ele nos dá um motivo muito plausível e real do porquê teria escondido e reprimido sua sexualidade por tanto tempo. Bobby cresceu em uma família rígida e muito religiosa e, como se não bastasse, o seu pai também era um ex-militar, o que contribuía intensivamente para não ser ele mesmo em casa. Como se não bastasse, Bobby é um mutante – e um mutante ômega tenha-se dito – e ele também era extremamente reprimido pela sociedade justamente por isso.


Para ele, tanto a ideia de ser um mutante quanto a ideia de ser um homem gay não podiam coexistir, o “fardo” era pesado demais e ele não daria conta de suportar. Então com o tempo ele foi fazendo a sua escolha, onde preferiu ser oprimido mais por ser um mutante, do que por ser gay.

Bobby se explicando o do porque não ter assumido a sua homossexualidade.

No entanto, sabemos que isso começou a pesar e muito nele ao longo dos anos. Por isso que o Universo X-Men preparou hoje, 28 de junho, em pleno Dia do Orgulho LGBTQIA+ essa postagem para mostrar e provar para vocês por que o Homem de Gelo sempre foi um gay reprimido na Marvel:

UM LAR PRECONCEITUOSO

Bobby cresceu em um lar muito rígido e teve uma criação bem “normal” para um americano filho de um militar. O pai de Bobby é um filho de judeu que em sua meia idade decidiu seguir firmemente a sua religião. Sua mãe, uma mulher extremamente preconceituosa e também luxuosa, gostava de ser uma mulher “influente” no seu bairro, e ambos ostentavam a ideia de ser uma verdadeira família americana. Ambos tiravam sarro do problema mutante, ambos expressavam superioridade em relação a negros e asiáticos. Pelo fato de Bobby ser filho único, sempre tiveram todo carinho e atenção com ele. No início da sua adolescência, Bobby começou a descobrir a sua sexualidade e teve várias namoradas, e isso era visto como um motivo de orgulho para seus pais – é importante frisar isso porque desde sempre Bobby procurava tomar ações para fazer seus pais se orgulharem, não só dele, mas também dos status que tinham. Até o dia em que ele se descobriu um mutante enquanto estava justamente tentando proteger uma de suas namoradas, a Judy.

Como mutante, os pais do Bobby passaram a tomar todas as precauções possíveis com o filho. Sabendo que ele poderia ser morto a qualquer momento, conversaram com Bobby para que ele nunca demonstrasse o uso dos seus poderes na rua e que sempre saísse de perto caso encontrasse qualquer manifestação anti-mutante. Na primeira vez em que Bobby teve que usar os seus poderes, os seus vizinhos e os cidadãos locais iniciaram uma manifestação para prendê-lo e chamaram a polícia. Mesmo tendo o poder para se livrar da prisão, Bobby primeiramente pensara em seus pais, e mais tarde, quando Ciclope veio ao seu resgate, disse que não fugiria da prisão porque isso desagradaria ao seu pai.

Bobby e Vampira confrontando o Sr. Drake durante a edição #319 de Fabulosos X-Men

Bobby sempre buscava a aprovação dos pais, mais exclusivamente a do pai. Apesar de mais tarde eles se orgulharem do Homem de Gelo por se tornar um herói, como Robert Drake essa aprovação nunca foi conquistada. Em cada um de seus relacionamentos, Bobby primeiramente sempre levava suas namoradas para conhecerem seus pais. Quando levou a Opal, seu pai foi extremamente xenofóbico por ela ser japonesa. Quando mais tarde levou Lorna, falaram que ela era meio louca – em referência a bipolaridade da personagem – e que não servia pra ele. E mais tarde, quando Bobby levou a Vampira para conhecer seus pais, eles a chamaram de caipira – por Vampira ser sulista – e foram extremamente ofensivos com ele.


Recente, quando o Bobby se assumiu como um mutante gay para seus pais, mais uma vez demonstraram o quão preconceituosos eles eram, alegando que o Homem de Gelo havia vencido, e que o fato do Bobby ser gay havia matado de vez o pouco do filho deles que “havia sobrado”.

Mesmo tendo uma criação bem problemática, a gente não sabe se tinha algo a mais, um real motivo para cobrarem tanto de Bobby, Nunca tivemos uma verdadeira interação com o passado dele.

BOBBY & JEAN
A garota mais linda da Marvel não era desejada por um dos maiores mulherengos da mesma…

Em uma de suas primeiras aparições, Jean Grey arrancou suspiros de todos os homens presentes no Instituto Xavier – inclusive do próprio Professor, que outrora se mostrou apaixonado pela telepata. No entanto, Bobby foi o único a não se sentir atraído por Jean, muito pelo contrário, desdenhou totalmente dela e ainda disse que “ela não era nada demais”. O que muitos poderiam chamar de imaturidade, pelo fato dele ser o membro mais jovem da equipe, poderia ser também Bobby não se sentindo atraído por Jean, o que poderia denotar uma falta de interesse por ela “não ser o seu tipo”. O que é engraçado, já que Jean Grey sempre foi descrita como uma mulher naturalmente bonita e muito atraente, o que fazia com que ela despertasse o interesse de muitos homens e até mesmo causasse inveja nas mulheres, como aconteceu com Emma Frost.

Bobby instintivamente procurava manter distância de Jean, apesar de serem colegas de equipe. Não entenda mal, ele gostava dela e a tinha como uma preciosa amiga, mas se quer conseguia abraçá-la. Talvez o motivo disso fosse a telepatia de Jean. Por vezes, Bobby procurava evitar o máximo possível qualquer tipo de interação que ela quisesse, até que teve um período em que ele simplesmente passou a andar com ela e admira-lá.

Quando o Bobby teve sua mente controlada por Emma Frost, ele ficou com resquícios da psiquê da Rainha Branca vagando em sua mente após ter sido liberto. Durante semanas a psiquê de Emma influenciou Bobby em várias de suas ações, tornando-o mais sensível e até mesmo amoroso, o que aumentou ainda mais a sua insegurança.

Em uma edição de X-Men de 1992, Jean o convidou para ir ao shopping, fazer algumas compras e passar a tarde com ela e ele prontamente aceitou. Acontece que não era costume de Bobby tomar uma decisão como essa. Ele aceitou porque estava sobre a influência de Emma. Então tivemos esse momento:


Claramente a HQ deixa claro uma segunda intenção do Bobby ao questionar se Jean sabia de algo “interno” dele justamente por ela ser telepata. Até mesmo o contorno do olhar de Jean sugere que ela estivesse tentando fazer com que ele dissesse por conta própria. Na página seguinte, Bobby pergunta se ainda há indicio de Emma na sua mente e ela responde que não, que ele era somente Bobby, o amigo dela.

Talvez seja por esse momento que mais tarde, o Bobby tenha a Jean justamente como aquela que o ajuda em seu “let it go“.

INCONSTANTES RELACIONAMENTOS

Robert Drake teve inúmeros relacionamentos e sempre foi visto no Universo Marvel como sendo um tremendo mulherengo, mas quem lê as HQs sabe que ele é sensível e meio (muito!) inseguro. E boa parte dessa insegurança de Bobby vem justamente pelo fato dele se esforçar o máximo possível para reprimir a sua homossexualidade. Essa imagem de “pegador” que o Homem de Gelo se esforçava tanto para manter seria uma fachada, “tática” usada até hoje por muitos homens que reprimem a sua sexualidade diante de uma sociedade opressora.

Dentre os vários relacionamentos de Bobby, podemos citar Judy, Zelda, Laynia, Vampira, Kitty, Opal e Flama. Deixei algumas de fora para a lista não ficar tão longa. Mas existem três pessoas que Bobby namorou que valem a pena citar. Bobby namorou Nuvem, a filha de uma entidade. Nuvem é de gênero-fluído, pode ser tanto homem quanto mulher. Quando começaram a namorar, Nuvem assumiu uma forma feminina, mas teve um momento onde assumiu também uma forma masculina, onde Bobby o viu nu após um banho. De inicio ele ficou em choque e furioso, mas depois aceitou e continuo o namoro. Claro que não foi pra frente, Bobby não conseguia manter relacionamentos estáveis, mas vale a pena pontuar. Outra pessoa que Bobby namorou foi a Mística. Para quem não sabe, ela é uma mutante transmorfa e pode assumir qualquer forma que quiser. Também não quer dizer nada, mas vale a pena pontuar – falaremos mais desse encontro entre os dois mais para frente. E por fim a Polaris, que foi um dos casos de romance do Bobby mais “conhecidos”, e que iremos pontuar mais à frente também.

Bobby descobrindo que Nuvem também podia ser um homem.

Quando Bobby iniciou sua nova vida no Instituto, ele deixou de lado por um tempo esse seu lado mulherengo, mas Hank, que na época queria se encontrar com algumas garotas, o convidou para ir junto. De modo que, toda vez em que Hank saia a noite, Bobby ia com ele. Nesse momento, Hank começou a namorar uma moça, e mais tarde, Bobby começou a namorar Zelda, uma garçonete que era amiga da namorada de Hank. Quando Hank terminou o namoro com sua namorada, Bobby também deixou a namorada dele, sem motivos aparentes. Talvez Bobby estivesse apenas querendo mostrar para Hank que ele podia namorar também? Fica o questionamento.

BOBBY & POLARIS

Mais tarde, Bobby começou a namorar a filha de Magneto, a Polaris. Eles tiveram um relacionamento sério, mas que também não vingou – por que será, né? Boa parte do término se deve ao fato de Lorna ter se apaixonado pelo seu parceiro de equipe, Alex Summers, o Destrturo, irmão do Ciclope. Apesar do pouco espaço de tempo em que estiveram juntos, e de Bobby ter a sua fama de mulherengo, eles nunca transaram. Isso fica evidente após a Lorna convidar as garotas do Instituto e Jean-Paul/Estrela Polar – assumidamente gay – para um despedida de solteira.


“Não, Jean-Paul, nunca.

O que é estranho é que nessa época a imagem dele como um homem mulherengo já estava estabelecida e mesmo assim Bobby e Lorna nunca havia feito sexo. Algumas edições mais tarde, Bobby revela que em nenhum de seus outros relacionamentos ele havia transado também. Vale lembrar que nesse período Bobby estava moralmente abalado, afinal de contas, os seus poderes estavam passando por uma mutação secundária, tornando-o mais sensível, assim como aconteceu com a Jean no passado ao estar sob o efeito da psiquê da Emma.

“Eu quero alguém

Bobby dizer isso muda toda a perspectiva sobre seus relacionamentos passados. A gente já percebeu que ele tem problemas nas suas relações, mas a informação dele “não ter tido alguém” seria uma alusão a ele nunca ter feito sexo? Afinal, ele já havia falado de namoro na frase anterior. Novamente, é estranho os roteiristas sempre colocarem esses trechos nos diálogos, deixando tudo as entrelinhas.

BOBBY & EMMA e BOBBY & VAMPIRA

Depois de meses em coma, Emma Frost acordou e possuiu o corpo do Homem de Gelo. A Rainha Branca acessou toda a vasta extensão dos poderes mutantes do Bobby e os usou de maneiras que o mesmo jamais havia sonhado em usar. Bobby exigiu que ela lhe dissesse como acessou seus poderes. Emma respondeu que não lhe devia nada a ele e chegou a chamá-lo de perdedor patético por não se esforçar em descobrir, mas com pena revelou que os poderes sempre estiveram lá, que ele inconscientemente apenas usava a superfície do seu potencial e insistia em camuflar camadas de sua mente de si próprio em vários blocos submersos de icebergs, e como consequência, seus poderes também iam se bloqueando junto.

Bobby, ainda chateado com a falta de controle sobre seus poderes mesmo depois de treinar por anos no Instituto Xavier, decidiu fazer uma viagem e voltar pra casa dos seus pais. Ele convida Vampira, que também estava lidando com seus próprios demônios depois de compartilhar um beijo com Gambit. Durante a viagem, Bobby começou a ter visões com Emma Frost e a sentir a influência dela em sua mente por ter navegado sobre seus segredos abaixo de seus icebergs.

“Você queria perder seus poderes” Após os eventos do Dia M

Durante esse tempo, Bobby e Vampira começaram a trocar as experiências traumáticas que ambos tiveram, e inconscientemente Bobby queria confrontar isso visitando seus pais. Mas o que boa parte dos leitores não percebem é que Bobby convidou a Vampira por ela ser uma das mulheres mais sexys dos X-Men, o que a tornava, instintivamente, a melhor escolha, no que diz respeito a “receber os parabéns” (de pais preconceituosos) por estar saindo com alguém bonito. Ao chegar lá, Bobby foi muito bem recebido de início, por fazer anos que não visitava os seus pais. Mas tudo foi de mal a pior durante o jantar. O seu pai, um homem rígido, criticou o modo de vida que o filho tinha tomado, jogando na sua cara que não sabia como ter uma vida consolidada, tendo várias e várias namoradas, chegando ao ponto de dizer que Vampira era uma das “várias vagabundas” que levou para eles conhecerem.

Bobby ficou intimidado com todo o assunto e ficou sem saber o que responder, Vampira toma partido em defesa do amigo, e então ele se envolve em uma discussão com seu pai e depois sai de casa, Vampira ainda joga na cara do pai dele que apesar de várias coisas boas que o Bobby falou do seu pai, não tinha falado que era um homem preconceituoso. Ao longo daquela noite, Bobby assume para Vampira que tem muitas coisas que ele queria poder resolver mas não sabia como. Vampira chega a questionar sobre o que ele queria resolver, se tinha algo que ele queria dizer, mas Bobby não sabia por onde começar e simplesmente diz que não. O fato de Emma Frost ter sido melhor usando seus poderes do que ele mesmo o deixou muito frustado, afinal de contas, por anos ele tinha sido o Homem de Gelo, era a única coisa que ele havia se dedicado a ser e nem nisso era bom. Após a viagem, ambos ficaram mais íntimos e fortaleceram a amizade.

Fabulosos X-Men #319

Há muitos artigos na internet que dizem que aqui, nessa página da edição #319 de Fabulosos X-Men, Bobby iria assumir ser gay para Vampira. Tudo porque a edição se baseia totalmente na construção de relacionamentos. Primeiramente, um casal que deu certo, Arcanjo e Psylocke; um casal que estava passando por dificuldades, Vampira e Gambit; e temos Vampira e Bobby. Eles não estavam de fato como um casal, ela estava mais como um suporte para ele. Talvez a dinâmica real de relacionamento aqui fosse entre Bobby e seu pai, o que faria sentido se fosse para Bobby se assumir nessa edição. Infelizmente ele não teve o mesmo privilégio do Jean-Paul.

Anos mais tarde, Bobby perdeu os seus poderes durante os eventos de Dinastia M, mas não pelas mãos da Wanda. Instintivamente ele desejou perder seus poderes. Talvez estivesse cansado do fardo de ser mutante, e inconscientemente desejou isso. Emma o ajuda a recuperar seus poderes, acessando sua mente e dizendo que ela “já sabia o caminho”, recordando de quando havia possuído a mente de Bobby.

BOBBY & MÍSTICA

Mística e Bobby tiveram um romance na década passada. Durante esse relacionamento, eles tentaram transar, e novamente, não deu certo, em partes pela imposição da Mística, que ainda declarava amor pela sua falecida esposa, a Sina.

Durante esse período, Bobby se declara para ela. No entanto, Mística revela que Bobby não ama ela, mas sim a sua liberdade e que isso era o que ele queria. E ficar com ela, passar esse tempo com ela, despertou nele essa liberdade que tanto desejava. Bobby assentiu e eles terminaram o relacionamento após Mística trair ele e os X-Men – nessa época ela fazia parte da equipe.


ALGUNS MOMENTOS QUEER DO BOBBY

Jean-Paul dizendo que o Bobby era hétero. Vale lembrar que isso foi antes da despedida de solteira da Lorna.

Bobby reproduzindo um dos comportamentos do Jean-Paul no Rictor, perguntando com quem ele estava saindo, afim de provocá-lo.

Talvez tenhamos deixado algo de fora, mas é bom relembrar que Bobby sempre visto como um cara mulherengo, e isso por si só já é uma ação que muitos homens gays tomam para reafirmar tanto para eles como para a sociedade que eles são héteros de fato. O que nem sempre é verdade. O fato de ter constantes problemas amorosos, dificuldade na relação com o pai autoritário, as indiretas de personagens que interagiam com ele e bloqueios mentais que afetavam os seus poderes são algumas das várias deixas abertas nos quadrinhos de que Bobby escondia algo. Tudo isso se soma muito bem como uma bagagem para o fato dele hoje ser gay. Mesmo que tenha sido uma decisão editorial para conseguir mais visibilidade e vender mais, é conveniente em termos de lore e faz sentido que hoje Bobby seja um mutante gay.