10 Brigas e problemas nos bastidores dos filmes dos X-Men

A franquia X-Men no cinema durou 20 anos nas mãos da Fox. Durante esse tempo, tivemos filmes épicos e memoráveis, mas também os fãs presenciaram filmes que preferiam esquecer. É possível dizer que mesmo nos filmes que não agradaram, a produção e o elenco certamente trabalhou duro para entregar o melhor resultado possível. Sendo assim, como qualquer trabalho, sempre há desavenças e confusões. Hoje o Universo X-Men traz uma lista com problemas, confusões, brigas, mal entendidos e curiosidades sobre os bastidores da franquia X-Men.

⊗ 1. Hugh Jackman “esfaqueou” uma dublê

Em parte do primeiro filme dos X-Men, as garras utilizadas por Jackman para interpretar Wolverine eram realmente de metal, ou seja, muito perigosas. A produção só repensou o uso delas quando Hugh, em uma cena de luta com Mística, feriu seriamente a dublê de Rebecca Romijn.

“Rebecca Romijn, sua dublê e eu estávamos fazendo uma sequência de luta na Estátua da Liberdade. Fui apunhalá-la no braço, que fazia parte da coreografia, e ela pretendia afastar o braço e se esqueceu, a garra entrou direto no braço dela uns 2 centímetros. Fiquei atordoado. A ferida era profunda, tinha um buraco, não havia sangue saindo e um minuto depois, era como um gêiser. Eu achei que ela fosse pirar, mas ela apenas disse: ‘Sim! Fui esfaqueada por Wolverine! ‘ Dublê típica.

⊗ 2. Alteração de roteiro do Fanático

Em entrevista, o ator Vinnie Jones reclamou bastante de como foi enganado, falando detalhadamente sobre ter sido decepcionado pelo diretor Brett Ratner. O ator comentou que o diretor Matthew Vaughn (substituto de Bryan Singer na direção de X-Men: O Confronto Final) ligou para ele, ofereceu o papel e escreveu um ótimo roteiro para o personagem. Jones assinou o contrato para o papel oferecido por Vaughn, mas no final, quando Brett Ratner assumiu a direção, o roteiro foi todo alterado.

“Não era o mesmo personagem. Eles tiraram a história dele, o personagem, os diálogos. Eu tive duas grandes reuniões com Brett sobre isso, e ele disse: ‘Sim, sim, Eles estão escrevendo coisas para você enquanto falamos’ e isso nunca aconteceu. Em termos de decepção, essa foi provavelmente uma das maiores. O que é perturbador é que alguns dos fãs me culpam! Não tinha nada a ver comigo! Esse papel, eu não aceitei. O Fanático que vocês viram não era o Fanático que eu assinei com Matthew Vaughn. Isso me chateou.

⊗ 3. Bryan Singer colocando elenco em perigo

Tom DeSanto, produtor de Bryan Singer, foi quem escreveu o tratamento do roteiro do primeiro filme, que foi aprovado pelo próprio Stan Lee. DeSanto era um fã dos X-Men e acabou se tornando um produtor da franquia, ajudando Singer em muitos momentos. Segundo informações, o comportamento problemático de Bryan Singer (que falaremos alguns itens abaixo) durante a produção acabou causando uma briga entre os dois, que acabou se tornando algo pior.

Fontes do The Hollywood Reporter presentes na filmagem de X-Men 2 dizem que um dia Tom tentou interromper as filmagens quando soube que Singer estava incapacitado de dirigir após usar drogas. Alguns membros da equipe haviam tomado a mesma droga e DeSanto ficou com medo de que alguém no set pudesse se ferir. Todo o elenco principal, com exceção de Ian McKellen, estava naquela cena, que acontece no Pássaro Negro perto do final do filme. Mas Singer não obedeceu e continuou a filmar, por causa de uma cena de ação malfeita, Hugh Jackman acabou se machucando, sangrando diante das câmeras. Nenhum coordenador de dublês estava presente porque a cena deveria ser filmada no dia seguinte.

⊗ 4. Elenco se revolta e Halle Berry xinga Bryan Singer

Após o sucesso do primeiro filme dos X-Men, Bryan Singer tinha carta branca para trabalhar, ele era o nome mais importante daquela produção, o manda chuva. Assim, quando Tom DeSanto o desafiou, arrumou um problema não apenas com Singer, mas com seus superiores.

A fonte do The Hollywood Reporter aponta que no dia seguinte ao da briga, um representante da Fox apareceu ao lado de Singer e disse a DeSanto para retornar a Los Angeles. Isso levou os membros do elenco principal, com exceção de Ian McKellen e Rebecca Romijn que não estavam presentes a se revoltarem. Eles foram para o trailer de Singer (vestidos com seus uniformes) o confrontaram e ameaçaram abandonar o projeto se DeSanto fosse embora. Foi quando Halle Berry disse a famosa frase para Singer: ‘Você pode beijar minha bunda negra‘. DeSanto não quis comentar sobre a briga. Um representante de Singer disse que “nada parecido jamais aconteceu”.

⊗ 5. Exigência de Hugh Jackman para X-Men: Primeira Classe

Charles e Erik entram em um bar para tentar recrutar Wolverine, que antes mesmo que eles consigam se explicar, os manda irem se fuder. Essa cena é um clássico de X-Men: Primeira Classe, que foi referenciada depois em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. Os outros itens dessa lista se tratam de brigas e confusões, mas aqui temos uma exigência curiosa de Hugh Jackman para aceitar participar do filme dirigido por Matthew Vaughn.

Jackman tinha duas condições sob as quais ele concordaria em fazer a participação especial, ambas as quais foram atendidas. Ele quis ser o único personagem a falar palavrão no longa e que o estúdio fizesse uma contribuição de caridade para a escola de seus filhos.

⊗ 6. A indireta de Anna Paquin

Poucos personagens foram tão injustiçados na franquia quanto a Vampira de Anna Paquin. Ela é uma das protagonistas do primeiro filme, mas depois disso foi ficando cada vez mais distante dos holofotes. Na San Diego ComicCon de 2013, antes dos fãs descobrirem que a personagem havia sido completamente removida da versão teatral de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, a atriz parecia adivinhar o que aconteceria.

Quando respondendo a pergunta sobre qual personagem dos filmes os atores gostariam de ser, Anna Paquin respondeu: “Wolverine, a não ser que Vampira pudesse voar“. É interessante ela ter citado o personagem de maior destaque na franquia e uma característica comum da mutante nos quadrinhos, nunca apresentada no filme. Posteriormente, um fã do twitter perguntou se ela retornaria para a franquia, novamente Anna foi sincera:

Eu retornaria se Vampira pudesse voar. Quero dizer, a Vampira dos quadrinhos aprende a voar, algo que eu nunca fiz. Eu quero ser uma Vampira ‘fodona’ e não uma Vampira jovem, tímida e fraca.

⊗ 7. Alan Cumming “comemora” que Bryan Singer saiu da produção

Em 2005, Bryan Singer abandonou a produção de X-Men 3 para dirigir o filme Superman: O Retorno. A 20th Century Fox não quis esperar o retorno do diretor e decidiu continuar o projeto sem ele. Após Singer sair da produção, Brett Ratner foi escolhido como diretor, mas antes dele ser selecionado, o ator Alan Cumming, interprete do Noturno em X-Men 2 cedeu entrevistas onde dizia não estar chateado pela saída de Singer.

Não estou desapontado e não posso negar isso. Acho ele muito talentoso e estou muito orgulhoso do filme [X-Men 2]. Acho que é um ótimo filme, mas não gostei de trabalhar com Bryan nele.

Sabendo do comportamento problemático de Singer mostrado nos itens anteriores, além do último item dessa lista, não dá para culpar o ator.

⊗ 8. Halle Berry nunca respondeu o email de Alexandra Shipp

Halle Berry interpretou a mutante Tempestade nos três filmes originais dos X-Men. Na segunda leva de filmes, uma atriz mais jovem era necessária para o papel, assim Alexandra Shipp assumiu o trabalho. Shipp foi uma das atrizes mais empenhadas dos filmes mais recentes, comprou quadrinhos, compreendeu a personagem, e mandou até um email para Halle, mas parece não ter dado certo.

Eu mandei um e-mail pra ela. Mas sabe, ela tem seus próprios projetos e sua família. Então entendo que ela possa não ter visto. Além disso, acho que meu e-mail pode ter assustado ela porque era muito verborrágico. Tipo ‘Ai meu Deus, eu te adoro, você é incrível. Qual é o cheiro do seu cabelo? Que perfume você usa? Se tivesse um tipo favorito de desodorante, qual seria?’

⊗ 9. Brett Ratner e a homofobia com Elliot Page

Antes de seu aclamado papel no filme Juno, e muito antes de se entender enquanto homem trans, o ator Elliot Page interpretou a mutante Kitty Pryde em X-Men: O Confronto Final. No ano de 2017, Elliot (além de diversas mulheres incluindo Olivia Munn), relatou os assédios morais e atos homofóbicos do diretor.

Durante um ‘meet and greet’ com o elenco e a produção antes de começarmos a filmar X-Men: O Confronto Final, eu tinha 18 anos. Ele olhou para uma mulher que estava do meu lado, 10 anos mais velha do que eu, apontou para mim e disse: ‘Você devia foder ela para ela descobrir que é lésbica’ na frente de todo mundo. Esta agressão em público por muito tempo me deixou com sentimento de vergonha, um dos mais destrutivos resultados da homofobia. Fazer com que as pessoas se sintam envergonhadas por aquilo que são é uma forma cruel de manipulação que tem como intenção oprimir e reprimir.

Em seu relato Elliot aponta outros momentos de constrangimento. Além disso, Ratner não direcionou seu comportamento machista e LGBTfóbico apenas a Elliot, mas para diversas mulheres da produção.

Eu continuei a ver ele dizendo coisas desagradáveis para mulheres no set. Eu lembro de uma mulher caminhando no monitor enquanto ele fazia um comentário sobre ela ser “bucetuda”.  

O caso de Olívia Munn não está relacionado com a franquia mutante, aconteceu quando ela trabalhava com ele no filme “Ladrão de Diamantes” em 2004. O diretor chamou a atriz para seu trailer e quando ela chegou lá, ele estava nu, se masturbando e antes mesmo dela sair, ele ejaculou. Ao procurar ajuda, um advogado a aconselhou a não processá-lo, pois ele tinha muito dinheiro, ela poderia perder a ação e atrapalhar no desenvolvimento de sua carreira..

⊗ 10. Bryan Singer e as acusações de abuso sexual

Hoje em dia, os fãs da franquia X no cinema já têm consciência de todas as acusações de assédio sexual (incluindo menores de idade) direcionadas a Bryan Singer. Esse assunto explodiu fortemente em 2014 e depois em 2017, mas as acusações contra o diretor estão presentes desde 1997 e é claro, no primeiro filme dos X-Men.

A reportagem do The Hollywood Reporter apontou que, além dos problemas de humor e com drogas, Singer constantemente costumava perder seus compromissos, levando garotos jovens para passarem tempo com ele. Inclusive, o ator Alex Burton (Pyro em X-Men: O Filme), pode ter sido um desses garotos. Ele tinha 18 anos na época e algumas pessoas acharam estranho Burton viajar de Los Angeles para o set de Toronto, uma mudança incomum devido ao tamanho de seu papel (os estúdios normalmente escolhem pessoas locais para papéis com uma ou nenhuma fala).

Oito dias após a premiere de X-Men, Burton entrou com uma ação civil contra três amigos e sócios de negócios de Singer. O garoto alegou que o trio o forçou a usar drogas, o agrediu sexualmente, detiveram contra sua vontade e ameaçaram de agressão física entre julho de 1999 e maio de 2000. O nome de Singer não estava no processo de Alex, mas um dos empresários se trata de Collins-Rector, nome envolvido no processo movido contra Singer em 2014.

Chegamos ao final dessa lista, afinal, você conhecia todas essas histórias dos bastidores? Diga o que pensa nos comentários.

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