QUADRINHOS

Jean Grey e Fênix se unem para salvar Krakoa

A Marvel Comics publicou, nesta quarta-feira (15/11), o capítulo final da minissérie solo de Jean Grey. Como os fãs já imaginavam, a heroína se uniu mais uma vez à Força Fênix. Essa escolha deixará os mutantes com uma grande vantagem no embate decisivo contra a Orquídea na Queda dos X.


Embora seja o hospedeiro perfeito da entidade, a telepata recusou esse papel no arco A Ressurreição da Fênix (2017), quando foi trazida de volta à vida pelo pássaro de fogo. Nos últimos anos, Jean tentou viver longe do peso da morte e destruição que a Fênix representava na sua história e buscou desenvolver todo o potencial do seu poder sozinha.

Seu plano funcionou relativamente bem, até que ela e uma grande parcela dos mutantes que viviam em Krakoa foram assassinados durante uma invasão da Orquídea à nação mutante. Então a ruiva precisou enfrentar seu passado e buscar a ajuda de uma velha conhecida.

Louise Simonson roteirizou as quatro edições da revista solo da Jean Grey, enquanto as artes ficaram por conta de Bernard Chang (Filhos do Átomo). A escritora é um nome bastante conhecido entre os fãs dos mutantes e da ruiva. Ela participou do time criativo das histórias da equipe nos anos 80 e também assumiu o roteiro da X-Factor original.


⊗ E SE AS COISAS FOSSEM DIFERENTES?
Jean Grey Fênix Krakoa

A minissérie começa com a mente de Jean Grey despertando na Sala Branca Incandescente depois sua morte. O local existe para além do tempo e o espaço, entre todo o multiverso. É o coração da Força Fênix e serve como lugar de descanso pós-morte para os hospedeiros da entidade.

Sem entender realmente onde está, a telepata ômega começa a refletir sobre sua vida e tenta descobrir como poderia ter evitado a tragédia com os mutantes se tivesse feito escolhas diferentes. Ela é induzida a imaginar (ou criar) diversas realidades alternativas. Um grande “E se…?”.

Jean analisa uma linha do tempo em que se tornou hospedeira da Força Fênix durante os primeiros anos da equipe. Movida pela raiva e sem maturidade, ela se afasta do Professor X e confronta diretamente os inimigos dos mutantes, mas acaba perdendo o controle.


Jean Grey aniquila inimigos dos mutantes

Em um desdobramento alternativo dos fatos, Wolverine e Ciclope se unem à entidade no seu lugar, porém, perdem o controle. Há outra linha do tempo em que Madelyne, seu clone criado pelo Senhor Sinistro, incorpora os poderes da Fênix, mágicos e até do vírus tecnorgânico.

Na última edição, não há mais escapatória. Jean é confrontada pelas suas versões e suas sombras. No final de tudo, chega a conclusão de que nada que aconteceu foi sua culpa, mas que tem uma chance para resolver.

Então inicia uma conversa entre ela e a entidade. Jean pergunta o motivo da Força Fênix não ter ido salvá-la, mas o pássaro flamejante revela que não poderia, pois estava inativa, morrendo, assim como a mutante. A Sala Branca Incandescente estava em ruínas.


Krakoa Fênix Jean Grey X-Men

É revelado que a Fênix estava projetando as visões de mundos alternativos, para mostrar que a história teria sido pior se não tivesse sido como foi, que Jean não pode ter controle sobre todas as coisas. Porém, agora há inimigos a serem enfrentados. É neste momento, que a mutante decide que é o momento de unirem forças mais uma vez e aceita a entidade.

A fala sobre a ruptura da Sala Branca sugere que a ligação entre as duas é tão grande, que o que acontece com a mutante também é refletido na entidade. É um conceito que deve ser melhor trabalhado nas próximas histórias.

Jean Grey Fênix

Outro ponto interessante é que, pelo menos por enquanto, Jean continuou com o seu uniforme, não adotou o da Fênix, como de costume. Talvez isso aconteça em uma edição futura ou talvez a mutante prefira não assumir essa identidade, como um símbolo de equilíbrio, com o pássaro de fogo não se sobrepondo.

⊗ UMA ESCOLHA SÁBIA?
X-Men Jean Grey

Jean Grey dará às caras novamente em pouco tempo, mas as edições 17 e 18 de X-MEN IMORTAL prometem abordar melhor o papel da heroína nesta nova fase. A primeira chega na próxima semana (22/11), já a segunda, só no dia 27 de dezembro.


Jean e Fênix possuem um longo histórico com mortes e reviravoltas. Elas se uniram inicialmente durante a Saga da Fênix, nos anos 80. O encontro fez com que a telecinese e a telepatia da mutante atingissem uma escala imensa e culminou com Jean se tornando uma vilã e destruindo um sistema solar habitado. Ao final da epopeia, a mutante se sacrifica, pois escolhe morrer como humana ao viver com tanto poder e correr o risco de afetar mais seres.

jean grey fênix negra
A temida Fênix Negra

Mais tarde, foi revelado que quem viveu tudo isso foi um clone da ruiva criado pela entidade, enquanto a verdadeira repousava em uma capsula no fundo de um lago. Quando Jean retornou à ação, ela acabou absorvendo essas memórias e recusou a entidade por culpa do que foi feito em seu nome.

Nos anos 2000, ela novamente se uniu ao pássaro e teve uma das suas melhores fases, nos Novos X-Men de Grant Morisson. Porém, mesmo sendo uma época positiva, ela acabou morrendo pelas mãos do Xorn.

A Fênix acaba sendo um doce amargo para a mutante. É um elemento icônico na história da personagem, mas os quadrinistas sempre acabam se perdendo no meio do caminho. Um poder divino nas mãos de uma heroína.

Jean Grey como Fênix Branca da Coroa, o potencial máximo do avatar da entidade, ao lado de outros hospedeiros

Alguns sentem dificuldade em encontrar inimigos para a Fênix ou fazer com que as equipes não fiquem desbalanceadas, enfrentando situações que ela poderia resolver sozinha. Por isso, ou as tramas giram em torno do risco dela perder o controle ou flertam com a ideia dela evoluir para além desse mundo, aceitando o papel de uma real divindade pelo cosmos.

Só nos resta aguardar para ver como será a abordagem desta vez.


E você, caro mutante, o que achou de ver a Jean novamente como Fênix? Conta para a gente!