FILMES

8 Erros que a Fox cometeu com Mística que a Marvel jamais pode repetir

Raven Darkhölme, mais conhecida como Mística, é uma mercenária que já fez as vezes tanto de aliada quanto de inimiga nas histórias dos X-Men. Inteligente, eficiente, habilidosa e dissimulada, a transmorfa acaba sempre traindo alguém visando atingir seus próprios objetivos. Assim, não é de se surpreender que ela teve papel central em algumas fases das HQs, incluindo a icônica Dias de um Futuro Esquecido e atualmente, a saga inferno. Nos filmes, ela teve muito destaque quando interpretada por Jennifer Lawrence, mas isso não foi 100% positivo. Sendo assim, apresentando nosso décimo segundo texto da série, hoje temos 8 erros que a Fox cometeu com Mística que a Marvel jamais pode deixar se repetir no MCU.


Vale apontar que essa é uma lista opinativa, assim, há a possibilidade de que você não concorde com nossa opinião. Nessas situações sempre incentivamos o debate na área de comentários.

⊗ 1. Roteiro Nulo

A Mística nos cinemas foi interpretada por duas atrizes, a versão mais recente, foi Jennifer Lawrence, que como já citado, ganhou bastante destaque. Rebecca Romijn assumiu a pele da transmorfa na primeira trilogia e embora seja a favorita da maioria do público, o roteiro dela não é nada bom.

A versão antiga de Mística tem algumas ótimas cenas, vê-la em ação é algo sempre incrível, contudo, ela mal tem falas durante os 3 filmes da franquia. Podemos literalmente contar suas linhas de diálogo nos dedos das mãos. Esse roteiro quase inexistente dela se torna um problema ainda maior, quando existe a questão do item abaixo.


⊗ 2. Tratada como capacho

Em X-Men: O Confronto Final, ao tentar proteger Magneto, Mística entra na frente de um disparo de tiro contendo a cura mutante. Nesse momento, ela perde seus poderes se tornando Raven Darkholme integralmente, motivo pela qual Erik a abandona. Por causa dessa traição, ela acaba entregando informações importantes sobre os planos de Magneto. Infelizmente, na primeira trilogia essa é a única vez que ela age por conta própria.

Embora a performance de Rebecca seja impecável interpretando a personagem, a versão dela da mutante não é nada mais do que um capacho. Ela quase não fala, quase não age por conta própria, restando a ela fazer somente o que Magneto ordena. Lady Letal em X-Men 2 é praticamente a versão de Stryker da Mística, eficiente, habilidosa e mortal, a diferença entre as duas mulheres, é que Lady Letal é controlada por um soro, por isso faz sentido ela ser desse jeito. É estranho pensar que Mística tem um comportamento parecido com uma mutante que está sendo controlada mentalmente.

Não é um problema Raven ser devota a Magneto, contudo, isso precisa ser feito de forma que o público acredite que ela está fazendo aquilo se sentindo uma igual na causa, não uma empregada.


⊗ 3. Nenhuma relação com Noturno

A introdução de Noturno as HQs dos mutantes aconteceu em 1975 com Giant Size X-Men #1. Posteriormente durante o arco Dias de um Futuro Esquecido nos anos 80, Noturno encontra com Mística e fica surpreso com a semelhança entre eles. Contudo, é somente em 1994, na quarta edição de X-Men Sem Limites, que há a revelação de que Mística é realmente mãe do mutante. Assim, é possível dizer que nos quadrinhos, onde as coisas correm num ritmo muito mais lento, demorou 20 anos para que essa informação surgisse. Nos filmes, no entanto, nem 20 anos foram suficientes para que explorassem esse enredo.

Noturno aparece em 3 filmes, em 3 décadas diferentes; em Apocalipse nos anos 80, em Fênix Negra nos anos 90 e em X-Men 2 nos anos 2000. Em nenhuma dessas 3 décadas os roteiristas e diretores exploraram essa história, ainda que Mística tenha tido contado com Noturno em todos os 3 filmes. Com Mercúrio, dá para dizer que esse enredo foi mal explorado, porque o mutante nunca contou para Magneto que é filho dele, acontece que com Mística, isso sequer é citado.

É importante que nos filmes do MCU, a relação de parentesco dos personagens permaneça como é nos quadrinhos. Isso porque grande parte delas possui bastante profundidade e pode trazer ótimos enredos para a franquia.


⊗ 4. Retcon que não encaixa com a cronologia

Retcon é a alteração de fatos previamente estabelecidos na continuidade de obras ficcionais como livros ou quadrinhos. Em outras palavras, é quando um autor ou roteirista pega um acontecimento de conhecimento dos fãs e altera ou insere um novo fato, mudando completamente aspectos da obra. Dentre alguns exemplos famosos relacionados aos X-Men nos quadrinhos, estão a alteração da paternidade de Magneto com relação aos gêmeos Maximoff, ou a mudança onde Moira que era uma humana comum, foi revelada como mutante.

Dentro dos filmes existem alguns retcons e um em específico não é muito bom. Se trata da alteração da relação entre Charles Xavier e Raven Darkholme. Em X-Men: Primeira Classe, fica estabelecido que Mística e o Professor X cresceram juntos como irmãos, sendo essa relação uma coisa que move fortemente a trama dos dois em todos os filmes. Acontece que na trilogia principal, Mística passa 3 filmes sem sequer interagir com o mutante. É possível argumentar que algo feito por Charles ou por Raven destruiu essa relação, mas acontece que isso não fica explicado em nenhum dos filmes, principalmente porque Mística morre em X-Men: Fênix Negra. A relação entre os personagens não faz o menor sentido.


⊗ 5. Maquiagem que piora com o tempo

A versão da mutante interpretada por Rebecca Romijn possui um dos visuais mais elogiados da franquia. Sua maquiagem demorava cerca de 8 horas para ficar pronta no primeiro filme, nos sucessores, embora com tempo diminuído, a qualidade dela só melhorou. Infelizmente, com a versão de Mística de Jennifer Lawrence, o que aconteceu foi o exato oposto.

Em X-Men: Primeira Classe, a maquiagem de Mística não é tão visualmente bonita, há alguns detalhes que não ficaram tão bons quanto os da trilogia antiga. Contudo, é perceptível a qualidade da maquiagem, que é muito bem trabalhada e embora não tão bonita, é bem feita. Assim, é possível dizer que caso esses detalhes fossem arrumados, era possível ter um resultado quase tão bom quanto as anteriores. Contudo, segundo informações, Jennifer desenvolveu alergia aos produtos utilizados na maquiagem, o que fez com que a produção alterasse todo o processo. Para o desgosto dos fãs, essa alteração fez com que a qualidade da maquiagem de Mística principalmente em Dias de um Futuro Esquecido e Apocalipse caísse drasticamente. As imagens falam por si só.


⊗ 6. Excesso de destaque

Após sua atuação aclamada em Inverno da Alma em 2010, no ano seguinte, Jennifer Lawrence estreava na franquia X como Mística. Posteriormente em 2012, houve o lançamento do filme “O Lado Bom da Vida”, que rendeu a ela os prêmios do Oscar, Globo de Ouro, Screen Actors Guild Award, Satellite Award e o Independent Spirit Award de Melhor Atriz. A partir daí, Jennifer começou a ser considerada uma das melhores atrizes de sua geração, algo que não foi muito positivo para a franquia.

Os fãs de X-Men já tinham presenciado o problema que é o excesso de destaque de um só ator, quando o Wolverine de Hugh Jackman roubava todos os holofotes. No caso da Mística de Jennifer, ela divide o destaque com o Professor X de James McAvoy e o Magneto de Michael Fassbender. Acontece, que diferente de Wolverine, Mística não é conhecida por ser um membro importante dos X-Men e pior, em alguns momentos, fica claro que a personagem só está lá, porque a produção queria Lawrence presente para atrair mais público e não pela trama. A personagem passa tanto tempo em tela, que rouba tempo de desenvolvimento de personagens mais importantes como Ciclope, Tempestade e Jean Grey.

Excesso de destaque para personagens específicos é um problema que até mesmo a Marvel comete, o fato de todos os vilões do Homem Aranha serem criados por Tony Stark é um exemplo. Esperamos que com os X-Men, não haja esse mesmo problema.


⊗ 7. Ser a heroína líder dos X-Men

Como citamos na introdução desse texto, nos quadrinhos Mística já fez as vezes tanto de inimiga, quanto de aliada dos X-Men. Isso significa que ela já foi tanto vilã, quanto heroína. Acontece, que em todas as vezes em que a mutante transmorfa está no papel de “heroína”, ela acaba fazendo algo para trair seus companheiros, mostrando que tudo o que ela estava fazendo era para seus ganhos pessoais. Isso porque o perfil de Mística não se encaixa em uma heroína.

Nos filmes, mais do que ser heroína, Mística se torna a líder dos X-Men, dando ordens a Ciclope, mesmo depois do mutante já ser um X-Men com 10 anos de experiência. Os longas dão a impressão de que Mística só é uma heroína, para que o rosto da atriz favorita dos estadunidenses na época não fosse visto em um papel de vilã. Devido o roteiro de Dias de um Futuro Esquecido, era esperado que a mutante se tornasse uma anti-heroína, agora uma heroína líder dos X-Men, aclamada por todos e ídolo da Tempestade é algo que não dá para engolir.


⊗ 8. Passar tempo demais na forma humana

Por fim, temos uma outra vertente do excesso de exposição que os roteiristas/diretores ou os executivos da Fox queriam fazer com o rosto de Jennifer Lawrence. Em X-Men: Apocalipse e em X-Men: Fênix Negra, a personagem passa muito mais tempo em sua forma humana, do que em sua forma azul de mutante.

Esse é um problema justamente porque vai contra todo o discurso de Mística apresentado desde X-Men 2. Noturno pergunta a ela o porque de não se manter em outra forma, com poucas palavras, ela explica que os mutantes não deveriam precisar se esconder. Esse discurso se estende em X-Men: Primeira Classe com a famosa frase “Mutante e Orgulhoso”. Assim, dá para dizer que a personagem quando não estava com a maquiagem ruim, não estava com maquiagem alguma. Nos últimos 2 filmes Mística é definitivamente uma mutante, a parte do orgulho, no entanto, assim como sua maquiagem ela esqueceu de aplicar na prática.


Chegamos ao fim de mais um texto. Afinal, você concorda com todos os argumentos apresentados? Diga o que pensa nos comentários.