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8 erros que a Fox cometeu com Kitty que a Marvel jamais pode repetir

Katherine Anne “Kitty/Kate” Pryde, também conhecida como Lince Negra (além de diversos outros codinomes), criada por John Byrne e Chris Claremont, apareceu pela primeira vez em Fabulosos X-Men #129 de 1980. A pessoa mais jovem a se juntar aos X-Men, ela foi como uma “irmã mais nova” para muitos membros do grupo. Posteriormente, ela se desenvolveu, foi treinada por Wolverine, se tornou uma líder, uma Capitã dos Carrascos e a Rainha Vermelha do Clube do Inferno. Já nos filmes, suas participações não ganharam muita relevância, sendo carregada pelo carisma de Elliot Page, Kitty merecia muito mais. Justamente por isso, com o nosso quarto texto da série, hoje temos 8 erros que a Fox cometeu com Kitty Pryde, que a Marvel jamais pode deixar se repetir no MCU.


Vale apontar que essa é uma lista opinativa, assim, há a possibilidade de que você não concorde com nossa opinião. Nessas situações sempre incentivamos o debate na área de comentários.

⊗ 1. 3 Interpretes diferentes

Kitty Pryde apareceu na saga X-Men desde o primeiro filme dos mutantes. Em X-Men: O Filme ela foi interpretada pela atriz Sumela Kay, em X-Men: 2 tivemos mais uma aparição da personagem, dessa vez interpretada por Katie Stuart. Por fim, em X-Men: O Confronto Final, Elliot Page assumiu o manto da personagem.

Kitty Pryde apareceu nos quadrinhos nos anos 80, desde então, ela é um membro extremamente importante para a equipe. Seja como lider, conselheira ou até mesmo como Rainha Vermelha do Clube do Inferno, Pryde já provou inúmeras vezes seu valor. Entretanto esse valor não foi reconhecido pela produção dos filmes. O fato de existir 3 interpretes diferentes para a mesma personagem em 3 filmes seguidos demonstra despreparo. Significa que tanto no primeiro bem como no segundo filme não havia planejamento para a mutante, que só ganhou destaque no terceiro. É importante que a Marvel não escolha atores aleatórios em seus filmes só para fazer easter eggs no Instituto. Caso algum mutante apareça, o ideal é não ficar trocando interpretes, isso acaba atrapalhando na identificação do público.

Frisamos aqui que esse é um problema que a própria Marvel já causou, quando trocou a atriz que faz a versão adolescente da personagem Cassie Lang, filha do Homem Formiga.


⊗ 2. Roteiro pouco interessante

Ao contrário de Colossus, que mal tem diálogos em toda a franquia, Kitty certamente ganhou bastante destaque (para uma coadjuvante) em sua primeira aparição no elenco principal. Em X-Men: O Confronto Final ela participa de algumas cenas importantes, tem diálogos e até mesmo uma sequência de ação. Ainda assim, considerando a importância da personagem para a equipe, não é muita coisa.

Consideramos que pela grandiosidade de Kitty, o roteiro dela já deveria existir desde o primeiro filme. Em X-Men: O Confronto Final ela possui destaque e diálogos, mas esses não possuem muita relevância para a trama no geral. Todas as suas conversas são focadas somente na personagem e num único enredo, o romance. Com relação a Dias de um Futuro Esquecido, o problema é ainda pior, mas falaremos melhor mais abaixo.


⊗ 3. Ser parte de um triângulo amoroso

Quase todos os fãs dos filmes dos X-Men que conhecem a produção um pouco mais a fundo têm algo em comum, a maioria vê Simon Kinberg como um inimigo. Isso porque grande parte de tudo aquilo que deu errado na franquia passou pelas mãos dele, seja como produtor, diretor ou roteirista. X-Men: O Confronto Final não poderia ser diferente.

É verdade que Vampira e Bobby não formam um casal que agrada os fãs de forma geral. Ainda assim, é uma relação que foi construída desde o primeiro filme e Kinberg estragou essa construção. Para trazer dramaticidade, o roteirista inseriu Kitty em um triângulo amoroso que não tem a menor relevância para a trama no geral. Isso porque Vampira não precisava sentir que Bobby gostava de outra garota para considerar tomar a cura, o fato do poder dela ser tão perigoso já é motivo suficiente. Assim, o tempo de tela gasto para desenvolver um romance adolescente para Kitty, poderia ser gasto no desenvolvimento da personalidade e das habilidades da personagem.

Ou seja, o triângulo amoroso gasta o tempo de desenvolvimento de Kitty, de Bobby e ainda tira Vampira do filme, porque resolve tomar a cura. Sem falar que Colossus estava ali ao lado, mudo o tempo todo, não havia a menor necessidade dela ir atrás do namorado da colega.


⊗ 4. Não interagir com a equipe

Assim como o problema individual com roteiro, esse erro volta para assombrar um novo personagem. Surpreendentemente, a interação de Kitty com outros personagens dentro da equipe de X-Men não se resume apenas a diálogos com Wolverine. Apesar disso, o erro é praticamente o mesmo, só que com outros personagens.

Basicamente, da pra dizer que a interação da mutante se resume a duas pessoas, o Professor X e o Homem de Gelo. Em X-Men: O Confronto Final há duas outras mulheres dentro da equipe e Kitty mal conversa com elas. Se considerarmos a relação de proximidade de Tempestade com a jovem nos quadrinhos, não fazer Lince Negra interagir com Ororo é quase um crime. A mutante também possui uma cena com Bishop que mostra que ambos trabalham bem juntos, mas como não vemos a formação dessa confiança em tela, quase não é relevante. Além disso, como já citado acima, a relação de Pryde e Colossus é algo muito especial nos quadrinhos, assim, a única interação do casal nos filmes ser uma cena de encerramento em Dias de um Futuro Esquecido… triste.


⊗ 5. Rivalidade feminina

Simon Kinberg não apenas escreve mal os filmes dos X-Men, ele insere coisas desnecessárias e aparentemente gosta de provocar rivalidade feminina. De X-Men 2 para o Confronto Final misteriosamente Tempestade passa a ter inveja de Jean Grey, sentindo ciumes da forma como Wolverine trata a amiga. Não contente em inserir uma rivalidade, o roteirista inseriu uma segunda.

O maior enredo de Kitty Pryde no filme é ser a razão para Vampira tomar a cura mutante. Caso Kitty não tivesse um affair com o Homem de Gelo, Vampira talvez não se sentisse deslocada por não poder tocar o namorado e poderia escolher não tomar a cura. Esse triângulo amoroso não acrescenta em praticamente nada na trama. Não apenas isso, os acontecimentos de X-Men: O Confronto Final fazem o desfecho da versão estendida de Dias de um Futuro Esquecido parecer que Vampira está se vingando de Kitty.

Não estamos falando que mulheres não podem brigar, veja bem, mas uma briga por namorado em um filme cujo enredo principal se trata de sobrevivência é algo patético. Kitty teve uma rivalidade com Emma Frost por anos, atrito esse cujo desenvolvimento gerou uma das amizades mais interessantes das HQs. É esse tipo de rivalidade feminina que a Marvel deve buscar, não apenas feminina, mas com todos os personagens.


⊗ 6. Pouca utilização dos poderes

Kate Pryde é uma mutante com a habilidade de passar através da matéria sólida, passando suas partículas atômicas pelos espaços entre os átomos do objeto que ela quer atravessar. Desta forma, ela, o objeto ou pessoa que estiver tocando contrariam a terceira lei de Newton, podendo ocupar o mesmo espaço de um outro corpo ou objeto. Em outras palavras, ela consegue ficar e deixar outras pessoas e objetos intangíveis. O uso de suas habilidades também interfere em qualquer sistema elétrico conforme ela passa, interrompendo o fluxo de elétrons de átomo a átomo, incluindo os sistemas bioelétricos de corpos vivos. Um de seus maiores feitos nos quadrinhos é atravessar uma bala quilométrica por toda a superfície terrestre e mantê-la intangível por meses. Os filmes por outro lado quase não exploram essa capacidade de forma completa.

Ao todo, Kitty não utiliza seus poderes por mais do que 2 minutos na franquia. Sendo que parte desse tempo é contado por suas participações especiais em X-Men 1 e 2. Em X-Men: O Confronto Final ela ganhou uma boa sequência contra Fanático, mas os poderes dela seriam muito melhores utilizados em um combate mais longo. É verdade que em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido ela ganhou aparentemente a habilidade de deixar a mente das pessoas intangíveis para atravessar o espaço-tempo, mas mesmo isso foi um recurso mais negativo do que positivo. Falaremos disso logo abaixo.


⊗ 7. Perder o protagonismo para Wolverine

É possível dizer que a imensa maioria dos personagens da franquia foram ofuscados pelo excesso de destaque de Wolverine. O Carcaju aparece tanto nos filmes, que alguns fãs simplesmente pararam de gostar do personagem por causa da forçação. Contudo, Kitty foi uma das maiores prejudicadas por esse destaque, afinal, ela literalmente perdeu o protagonismo para o mutante.

Nos quadrinhos, Kate é a protagonista de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. O futuro distópico é causado após a morte do Senador Richard Kelly, que foi morto por Mística e sua irmandade de Mutantes. Com a ajuda de Rachel Summers, Pryde volta no tempo para evitar o assassinato de Kelly, para assim tentar impedir que as Sentinelas exterminem os mutantes. Com esse pequeno resumo, é fácil perceber que nos filmes a mutante ganhou o poder de mandar as pessoas de volta no tempo para fazer o papel de Rachel Summers. Essa foi a forma que a produção encontrou para “respeitar” o papel de Kate na história, visto que deram o protagonismo dela para Wolverine.

No roteiro do filme, faz completo sentido que Logan seja o único a conseguir voltar no tempo para um periodo tão distante, visto que seus poderes de regeneração o protegem. Acontece que esse é apenas um recurso para dar protagonismo a Hugh Jackman, afinal, na versão da série animada, não é a mente de Bishop que é mandada para o passado, mas sim o seu corpo. De modo que a presença de um mutante como Forge no lugar de Apache ou Mancha Solar por exemplo, possibilitaria a criação de uma máquina do tempo para mandar Kitty de volta.

Esperamos que quando os X-Men forem para o MCU, a Marvel não escolha tirar momentos importantes de alguns personagens nos quadrinhos, para dar a outros mais populares.


⊗ 8. Falta de profundidade

Nos quadrinhos, Kate é uma mutante judia que possui uma gama imensa de habilidades. Além de seus poderes mutantes, Kitty é um gênio no campo da tecnologia aplicada e da ciência da computação. Ela é uma piloto habilidosa de aeronaves, sendo capaz inclusive de pilotar veículos interestelares avançados. Ela mostrou excelentes capacidades para combatente corpo a corpo, devido ao seu treinamento nas artes marciais ninja e samurai. A mutante é dançarina de nível profissional em balé e fala fluentemente inglês, japonês, russo, Shi’ar e Skrull. Sem contar que também mostrou conhecimento moderado em gaélico, hebraico e alemão.

Nem a inteligência, nem as capacidades de luta, a religiosidade ou qualquer complexidade com relação a personagem apareceram nos filmes. Kitty não é uma personagem amada apenas por ser uma mutante com poderes legais. Os fãs viram ela evoluir de uma adolescente infantil que tomou escolhas erradas, para uma líder decidida e respeitada. Nem mesmo as incríveis capacidades de atuação de Elliot page conseguiram transmitir essas características, seria impossível, visto que elas não estavam no roteiro.

Espera-se que quando a mutante aparecer no MCU, ela seja apresentada como a personagem complexa e profunda que realmente é.


Chegamos ao final dessa lista, afinal, você concorda com os itens que apontamos? Diga o que pensa nos comentários.