QUADRINHOS

Como os X-Men resgataram o peso da morte de super-heróis nas HQs

Há uma percepção atual nas histórias em quadrinhos de super-heróis de que a morte não tem mais nenhum peso ou importância. Por exemplo, na Saga da Fênix Negra dos anos 80, quando Jean Grey se sacrificou para derrotar a Força Fênix apenas para retornar alguns anos depois, muitos fãs de quadrinhos começaram a achar que a barreira entre a vida e a morte ficou muito banal. 


Alguns fãs até apontam para A Morte e o Retorno do Superman de 1992 – ainda uma das coleções de quadrinhos mais vendidas de todos os tempos – como o início de um ciclo crescente de marketing na morte de um personagem popular como a marca registrada de histórias importantes, apenas para lucrar ainda mais com seu retorno, que às vezes, acontece na mesma história que o personagem morreu.

Porém, a Marvel Comics está mudando esse status quo – e, ao fazer isso, foi encontrada uma maneira de fazer a morte de super-heróis nos quadrinhos ter peso novamente. A atual era “Alvorecer do X ” dos X-Men de Jonathan Hickman abraçaram a ideia da ressurreição dos mutantes não como uma ocasião importante, mas como um aspecto da vida cotidiana deles, resultando em uma nova dinâmica que apresenta uma interpretação mais poética da morte e da ressureição.


Após uma edição chocante de Dinastia X em que Ciclope, Wolverine e outros membros populares dos X-Men são mortos enquanto invadiam uma base anti-mutante, Hickman respondeu instantaneamente a questão de quando e como os X-Men retornariam estabelecendo os chamados Protocolos de Ressurreição Mutante, nos quais cinco mutantes com poderes específicos se unem para ressuscitar qualquer mutante.



Desde o início dessa nova era e a implementação dos Protocolos de Ressurreição, vários mutantes morreram e voltaram, alguns até mais de uma vez – incluindo o próprio Professor X. Mas ao invés de espalhar o conceito de ressurreição cada vez mais tênue, criar um ambiente no qual mutantes mortos podem retornar à vida trouxe uma nova tensão para a história, questionando o que pode acontecer se ou quando os protocolos de ressurreição forem quebrados e os mutantes não puderem mais ser trazidos de volta.

Muito do peso da morte de um personagem de HQs se dissipou. Neste ponto, acho que a lista de personagens que morreram e não foram ressuscitados pode provavelmente ser contada em uma mão…e eu nem quero dizer isso como um exagero, já que Jonathan literalmente matou todos no universo em Guerras Secretas, e a maior parte deles morreu e voltou em outras ocasiões.” disse Jordan D. White, atual editor dos X-Men em uma entrevista para o Newsarama.  “Os Protocolos de Ressurreição são uma tentativa de combater exatamente isso, sacudindo e mudando o jogo”, continuou ele. “Se um personagem morre como parte da sequência normal de eventos, os leitores esperam que eles voltem, e agora sim, eles voltarão, é assim que a ressureição krakoana funciona. Estamos no início com essa ideia. Há muitas possibilidades para histórias surgirem de maneiras que ninguém esperava a partir disso. Veremos isso em X of Swords. A ressurreição pode sobreviver? Os eventos de X of Swords colocarão os protocolos de ressurreição em risco! Enquanto os Cinco lidam com as consequências, o X-Factor investiga os afetados pela tragédia…”

Parece que esse novo estilo de vida os mutantes veio para ficar, mas isso só o tempo vai dizer.

O que você acha dos Protocolos de Ressureição Mutante nas HQs?

Fonte: Games Radar