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FÊNIX NEGRA: Crítica do filme! (SEM SPOILERS)

Após dois atrasos no lançamento do filme, finalmente chegou o dia em que pudemos assistir X-Men: Fênix Negra nos cinemas.

O filme era esperado não só por esta ser a segunda tentativa de adaptação da Saga da Fênix Negra, mas também por ser o encerramento de 20 anos de franquia.

A direção de Simon Kinberg dá um ar de filme de ficção científica com carga dramática e diálogos longos, porém nada cansativos ou forçados. São justamente eles que carregam o filme.

Os conflitos entre os personagens que acompanhamos por todos esses anos é o que nos faz ficar na cadeira querendo mais, e Kinberg fez isso muito bem.

A trilha sonora composta por Hans Zimmer eleva o nível do longa para outro patamar. Em diversas cenas é a trilha quem nos leva ao estado emocional que a cena quer transmitir.

A atuação dos personagens nunca esteve melhor. Os grandes nomes do elenco realmente fazem o nível subir. Até mesmo a criticada personagem da Jennifer Lawrence possui um papel muito forte e interessante, fazendo com que você queira ver mais dela. Seu embate de ideias com o Professor X é interessante e foi muito bem orquestrado.

Jean Grey é totalmente o foco deste filme, diferente do criticado “Confronto Final” de 2006. A personagem é muito mais explorada, como nunca antes visto na franquia.

James McAvoy está impecável no filme, conseguiu renovar o personagem mais uma vez, jamais ficando saturado.

Nenhum arco dramático ficou forçado como a família inventada para Erik em “Apocalipse”.

Michael Fassbender, além de entregar uma atuação de alto nível, é o dono (em nossa opinião) das melhores sequências de ação do filme. E isso não é um problema.

Hank McCoy assume uma posição vingativa, não condizente ao caráter do personagem. As suas motivações e mudanças ao longo da história acabam ficando rasas.

Vemos trabalho em equipe todas as vezes em que os X-Men aparecem em ação, mas a sensação acaba sendo a de que um está tirando o espaço do outro e não a de que o grupo está executando uma estratégia planejada, como ocorre em Dias de um Futuro Esquecido.

Ciclope toma a frente das ações da equipe e tem um papel muito mais importante do que no filme anterior. Seu relacionamento com a Jean é mais explorado e são definitivamente um casal.

Tempestade ganha mais destaque nas cenas de ação, porém sua personagem não se encaixa muito nos conflitos e dramas da trama principal e fica deslocada. O mesmo ocorre com Noturno e Mercúrio.

Kurt, o Noturno, protagoniza diversas cenas de ação incríveis ao usar o seu poder de teleporte e rouba mais a cena do que o Mercúrio nos dois últimos filmes.

A vilã interpretada por Jessica Chastain é interessante e é uma pena não ter sido explorada a fundo, o que a tornou uma vilã bem rasa e até caricata. Porém, ela traz consigo a parte cósmica do filme, um elemento muito presente nos quadrinhos dos mutantes, mas inédito no cinema. E faz isso de uma forma coerente e crível, que funciona neste universo que foi construído de uma maneira mais “pé no chão”. Tudo o que foi mostrado desta parte é bastante interessante e deu gostinho de “quero mais”. O problema é que a franquia foi encerrada neste filme.

Dessa forma, o longa tenta dar um salto para o novo, ao mesmo tempo em que se prende no chão, com receio de dispersar demais o expectador. O sentimento que ficou foi o de que poderiam ter abraçado de vez a parte cósmica e explorado melhor isso no terceiro ato, que após as refilmagens acabou ficando mais fraco e sem um clímax surpreendente. O filme acabou se tornando linear demais.

Podemos dizer que a franquia se encerra com um filme que tentou inovar mas teve medo de ir além e provavelmente não vai agradar aqueles que foram ao cinema esperando um “Vingadores: Ultimato”. Afinal, o filme foi vendido como capítulo final e não filmado como um. A compra da Fox pela Disney sem dúvida alguma prejudicou o resultado final do longa.

Em poucas palavras, X-Men: Fênix Negra é um desfecho satisfatório desses 20 anos de franquia para todos os fãs que acompanharam e abraçaram essa versão da jornada dos mutantes nas telonas até hoje. Mas peca ao não desenvolver a fundo a história que tentou contar.

NOTA