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Diretor de Moonlight elogia Namor de Tenoch Huerta

Depois de quase um mês em exibição, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre continua levando os fãs para o cinema e quebrando recordes de bilheteria. O filme também foi aclamado pela crítica especializada e atualmente está com 84% de aprovação no Rotten Tomatoes. Porém, é interessante notar que o maior consenso do longa é que o Namor de Tenoch Huerta rouba a cena e carrega um grande peso cultural.


Além de fãs e críticos, o personagem está sendo elogiado por pessoas respeitadas na indústria cinematográfica, como Barry Jenkins, diretor do elogiadíssimo Moonlight, que recebeu oito indicações ao Oscar de 2017, ganhando nas categorias de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator Coadjuvante.

Jenkins fez uma thread em seu Twitter e exaltou bastante a produção. Confira:


Não sei como o Ryan fez isto. Tendo em conta tudo, fico sem palavras sobre como ele (e os seus colaboradores) fizeram isso. Estou pensativo. Ainda mais pensativo do que esperaria. TUDO. Impossível. Uma tarefa impossível.” Refletiu o diretor. “A ausência [de [T’challa] é reconhecida e a presença criada nesse reconhecimento está para além do movimento. Vendo isto, é impossível que a reformulação do papel tivesse sido mais atenciosa ou honrada do que isto. Mais uma vez, uma tarefa impossível.”

Namor é um triunfo gratificante. Na pré-estreia, O jornalista Brandon David escreveu aqui no Twitter, que não havia uma maneira do Ryan (e Joe Robert Cole, roteirista do filme) colocar as pessoas de pele negra e morena umas contra as outras, sem ter o tato e reconhecimento da história dessas pessoas, utilizando dessa plataforma ENORME para espalhar luz. De fato, ele conseguiu. Trabalhando principalmente através de Tenoch Huerta e Letitia Wright, o filme equilibra a dor e aflições de ambas as comunidades, não vê nenhum dos dois cortejando a pena e ambos lutam pela (justa) vingança. Aqui a utilidade de uma trégua é óbvia, que só pode ser encontrada através da violência. Para o ponto presciente de Brandon David, Ryan carrega um MUITO peso neste filme. É visível para todos.”

Nunca imaginei que um filme da Marvel proporcionasse o espaço para ver tal envolvimento espalhado perante uma audiência de MILHÕES de pessoas a nível global; as pessoas que ouvem comunal ente a língua maia, que Diego de Landa procurou erradicar pela tortura e pelo fogo em cenários que ele JAMAIS poderia imaginar. Estou quase certo de que neste filme Ryan Coogler enquadra uma criança maia em pé sobre o corpo caído de Diego de Landa e, num momento de puro sentimento, permite a essa criança a (justa) vingança de retribuir a queimada para Landa com um fogo da própria criança. JAMAIS poderia imaginar.”

Para mim o filme mesoamericano dentro do filme anda de mãos dadas com o luto do homem e do personagem como o coração pulsante do filme. O fato de ambos ressoarem ao lado da necessária emoção de super-humanos que se esquivam de lasers e lanças é mais do que impressionante. Quero dizer ALÉM.”


Pantera Negra: Wakanda Para Sempre é a continuação direta do elogiado longa de 2018 e mostra as consequências da morte do Rei T’challa para nação africana, que lutará contra poderosos invasores. O filme conta o retorno de Ryan Coogler na direção e Kevin Feige como produtor. O elenco conta com Letitia Wright, Lupita Nyong’o, Angela Bassett, Danai Gurira, Winston Duke e Tenoch Huerta.

Você concorda com Barry Jenkins?