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THE GIFTED: 7 motivos pela qual ainda vale a pena assistir a série

The Gifted foi uma série de televisão americana criada por Matt Nix para a Fox, exibida entre os anos de 2017 e 2018.Para quem não conhece, The Gifted conta a história de um casal que descobre que seus filhos são mutantes. Reed Strucker (Stephen Moyer), que trabalha como advogado distrital especialista em crimes relacionados a mutantes, junto de sua esposa Caitlin (Amy Acker), se vê obrigado a partilhar do mesmo destino daqueles que um dia ele alegou serem criminosos. Isso acontece, pois para salvar seus filhos (Lauren e Andy), a família Strucker se une a uma organização de mutantes e se torna foragida.


Devido a sua baixa audiência, a série que apresentava a luta pela sobrevivência de diversos mutantes acabou cancelada. Ainda assim, é possível dizer que a produção não é de se jogar fora, há bastante coisa interessante para se ver. Pensando nisso, o Universo X-Men traz uma lista com 7 motivos pela qual ainda vale a pena assistir The Gifted.

⊗ 1. Elenco com diversidade maior do que o comum

Todo mundo que conhece minimamente a história dos X-Men e o que eles representam, sabe que a essência das HQs se trata de uma luta política por igualdade. Mutantes discriminados por serem diferentes, precisam se proteger daqueles que os discriminam, ao mesmo tempo que tentam mostrar que não são uma ameaça e que merecem respeito. Assim, uma coisa que se espera muito de uma produção de X-Men, é que esse respeito seja refletido no elenco. Embora não seja ainda o ideal, é possível dizer que o elenco da série é muito mais diverso do que é comum em produções desse tipo.

Começando pelos protagonistas, onde a personagem Caitlin, sendo uma mulher, tem um papel bastante ativo. Seguindo então para os membros da organização de mutantes, a Mutant Underground, onde temos membros de etnias diversas. Eclipse (Sean Teale), tem ascendência latina, Blink (Jamie Chung) é interpretada por uma atriz de ascendência coreana e Pássaro Trovejante (Blair Redford) tem ascendência nativo americana. Do lado dos antagonistas, Jace Turner (Coby Bell), é interpretado por um ator afro americano e Reeva Payge (Grace Byers), antagonista da segunda temporada é interpretada por uma atriz também afro americana.

É um fato que o foco maior ainda se dá aos protagonistas caucasianos, ainda assim, os personagens citados tem bastante tempo de tela, com diálogos importantes para a trama.


⊗ 2. Respeito a essência dos X-Men

Como dito acima, X-Men sem uma história política focada na discriminação e no preconceito, não é X-Men. De quadrinhos a jogos de videogame, desenhos a filmes, todas as mídias onde os mutantes aparecem, esse é um dos assuntos principais. Felizmente com The Gifted isso não é diferente.

Do começo ao fim da série, vemos o quanto a discriminação e a perseguição de um povo é nociva. A série constantemente joga na cara dos personagens e do público a discriminação sofrida pelos mutantes, através de alegorias que são iguais as vividas pelas minorias da vida real. Desde a forma como os policiais tratam os mutantes, que se assemelha muito ao tratamento de pessoas negras, a questões como imigração e deportação, o uso da palavra racista “mutuna” e até mesmo o nome da organização “Mutant Underground”, que parece uma referência ao livro “The Underground Railroad: Os Caminhos Para a Liberdade”, que se trata de um livro sobre a fuga de uma escrava. Isso sem falar dos Purificadores, que se assemelham muito com a Ku Klux Klan.

Esse tipo de conteúdo, mostrado principalmente na primeira temporada chama muita atenção e certamente é um dos pontos altos da série.


⊗ 3. Personagens femininas fortes e interessantes

Ao contrário dos quadrinhos, as produções cinematográficas não costumam fazer jus a força das personagens femininas. Embora Jean Grey e Mística sejam duas personagens com bastante foco, o resto das mulheres não têm destaque, ou sequer são mantidas nas versões finais dos filmes da franquia. The Gifted vai de encontro a essa forma de apresentar as personagens femininas, colocando bastante destaque nas mulheres.

Polaris, Blink, Belos Sonhos e Sábia são mulheres obstinadas e bem escritas. Com personalidades, motivações e moralidades diferentes, as heroínas representam bem aquilo que estamos acostumados a ver dentro dos X-Men. Caitlin e Lauren são dois pilares muito importantes dentro da série. A filha dos Strucker se torna um dos lados, uma representação do sonho de Charles Xavier, em oposição ao seu irmão, que parece seguir os passos de Magneto. Já a matriarca dos Strucker, que começa a série perdida, termina sendo uma mulher forte e confiável. As irmãs Stepford e Reeva Payge também desempenham papel central na série, além de serem bastante poderosas.


⊗ 4. Drama familiar, mas cativante

The Gifted em sua essência é uma história sobre família, e seu enredo se inicia já com um ponto de virada. Uma família branca, de classe média, cheia de privilégios, com um chefe de família que ajudava na manutenção da discriminação de mutantes, perdendo seus privilégios. Reed, que era um anti-mutante, acaba tendo sua vida virada de cabeça para baixo quando descobre os poderes de seus filhos, e, posteriormente, temos um novo ponto de virada na vida do personagem.

Nos entremeios desse turbilhão, há detalhes que são bastante interessantes. Logo no começo da produção há a “saída do armário” de Andy e Lauren enquanto mutantes. Posteriormente, o amor e a aceitação que os Strucker demonstram para com seus filhos é um dos destaques da série, bem como a orientação que Caitlin mostra a todos as crianças mutantes orfãs. Outra coisa interessante de se assistir, é o estabelecimento das diferentes relações entre os Struckers e o resto dos mutantes da Mutant Underground. Ver a criação de fortes vínculos familiares e de amizade é sempre algo bonito de se ver.

Infelizmente, esse item se concentra somente na primeira temporada. Isso porque na segunda temporada toda essa dinâmica se perde por causa de uma cisão.


⊗ 5. Polaris

Dá para dizer que Lorna Dane, interpretada por Emma Dumont é um dos pontos positivos de The Gifted, e para muitos inclusive, o maior ponto positivo da série. A filha de Magneto é um dos poucos personagens da produção que possui uma jornada completa de desenvolvimento. Com o decorrer da série nós vemos Polaris como parte de um grupo, se desenvolver nele, estabelecer um romance, gerar um bebê, trocar de lado e ter uma redenção. Além disso, a personagem é neurodivergente, portando transtorno bipolar, o que joga uma camada ainda maior nas ações da mutante, que tem grandes ataques de mania e períodos de depressão.

Além de todas as nuances do desenvolvimento da mutante, soma-se a isso o fato de que ela é uma personagem extremamente poderosa. Lorna tem feitos incríveis com seus poderes com o decorrer da série. Cenas como a da fuga da prisão, ela derrubando um avião, a cena do parto e o momento em que ela cria seu diadema são incríveis de se assistir.


⊗ 6. As irmãs Stepford

Assim como Polaris, as irmãs Cuckoos são outro ponto alto da série. Esme, Sophie e Phoebe são as três irmãs telepatas que roubaram a cena da série quando apareceram juntas pela primeira vez. Munidas de sua poderosa telepatia e sua mente de colmeia onde as três dividem os mesmos pensamentos, elas se provaram mutantes formidáveis.

As Stepford costumavam ser 5 irmãs, as três já citadas, além de Celeste e Mindee. Enquanto Esme, Sophie e Phoebe eram usadas para roubar segredos de pessoas e utilizadas como experimentos, as duas irmãs restantes eram prisioneiras como garantia de que as outras não fugiriam. Esse passado é utilizado como gancho para mostrar como elas se tornaram mutantes frias, sarcásticas, decididas e em vários momentos, cruéis. Eventualmente, no entanto, percebemos que há sim individualidade nelas e que isso acaba gerando algum conflito.

Sendo pilares importantes do Círculo Interno, as irmãs Stepford movimentam grande parte da trama da segunda temporada. A atriz Skyler Samuels entrega muito bem o que lhe é proposto.


⊗ 7. Referências ao Universo dos X-Men

The Gifted não faz parte da linha do tempo principal dos filmes, de modo que a série não tem obrigação direta de citar os X-Men, mas certamente é o que os fãs esperam. Sendo assim, dá para dizer que levando em conta as limitações dos direitos autorais e as proibições por questões jurídicas, a série entrega bastante referências.

Logo no primeiro episódio temos uma referência ao tema de abertura de X-Men: A Série animada. Com o decorrer da série nós vemos citações as Industrias Trask, ao projeto Sentinela, ao Clube do Inferno, os Purificadores, ao Magneto e é claro, os X-Men que são constantemente citados. Além disso, há diversos mutantes bastante conhecidos dos quadrinhos, além de outros menos conhecidos, mas que nunca tiveram destaque. É impossível não relacionar a formação: Eclipse, Pássaro Trovejante e Blink com a formação de Dias de um Futuro Esquecido, onde temos: Mancha Solar, Apache e Blink.


The Gifted não é uma série perfeita, a primeira temporada é muito boa, mas a segunda acaba caindo em clichês e entregando algo no máximo mediano. Ainda assim, se você é fã dos mutantes, é um conteúdo que vale a pena conferir. Você já assistiu a série? O que achou dela?