Universo X-Men
QUADRINHOS

Escritor compara nova fase dos X-Men com o movimento Black Lives Matter

Lucas Damata

Movimentos sociais recentes como o “Me Too” e o “Black Lives Matter” levaram a muitas discussões e mudanças culturais positivas na sociedade, e um dos escritores dos novos títulos dos X-Men disse que essa nova era da equipe é um reflexo desses movimentos progressistas.

Benjamin Percy, escritor da HQ atual do Wolverine e da X-Force  compararam a atual safra de HQs dos mutantes a essas iniciativas.


“O que você vê em Dawn of X e Reign of X é que um é reflexo de mudanças culturais maiores acontecendo agora”, disse Percy no painel virtual dos X-Men da Comic-Con@Home. “Então, seja ‘Black Lives Matter’ ou ‘Me Too’, muitas pessoas estão se posicionando e dizendo: ‘Já chega'”.

A franquia X-Men da Marvel Comics teve uma reviravolta dramática em 2019, quando Jonathan Hickman assumiu o cargo de roteirista principal dos títulos. Nas minisséries Potências de X e Dinastia X de Hickman, a ilha viva de Krakoa tornou-se uma nação soberana, lar de todos os mutantes do mundo. O desenvolvimento permitiu que os mutantes finalmente tivessem status igual dos humanos, não mais sujeitos à intolerância que enfrentaram em todo o mundo. A mudança no status quo mutante foi sem dúvida a maior e mais duradoura mudança na história da franquia.

“Algumas das melhores histórias especulativas estão canalizando o mal-estar cultural”, disse Percy. “Você pode olhar para Frankenstein na maneira que ele nasce da revolução industrial, e como as pessoas “brincavam” de Deus. Da mesma forma, é um ótimo momento para escrever X-Men e fazer parte dos X-Men.”


Criado por Stan Lee e Jack Kirby em 1963, os X-Men sempre serviram como uma alegoria ao racismo e fanatismo contra as minorias. O pacífico e igualitário Professor Charles Xavier é frequentemente comparado ao líder dos direitos civis Martin Luther King, enquanto seu arqui-inimigo Magneto, que buscava a dominação mundial pelos mutantes, também era comparado ao ativista Malcolm X. A recente mudança nos títulos está alinhada com o paralelo histórico da franquia com as tendências sociais e culturais em relação à tolerância e aceitação, já que assim como os grupos marginalizados da atualidade, os X-Men e a mutandade não estão mais pedindo por respeito, eles estão EXIGINDO.

Em outra mudança de status (para todo universo em geral) liderada pelos mutantes, os recentes títulos dos X-Men mostram o corpo governante de Krakoa terraformar o planeta Marte e torná-lo o novo lar de sua nação irmã realocada, Arakko. Essa conquista provoca estranhamento e até raiva nos humanos, e é bem semelhante ao que acontece quando minorias conquistam grande espaço em áreas que antes lhe eram negadas.


“Esse tipo de mudança de paradigma que você vê refletido no que estamos fazendo em nossas várias séries é algo que está aqui para ficar”, concluiu Percy.

Você vê semelhança entre a nova fase dos X-Men e os movimentos sociais citados?

Fonte: CBR