REVIEW: House of X #1 é melhor do que esperávamos!
Dinastia X #1 (House of X) muda a relação dos X-Men com o restante do Universo Marvel de uma maneira extremamente importante. Pautamos os melhores momentos da primeira edição que promete remodelar tudo o que sabíamos sobre os mutantes!
ATENÇÃO, O TEXTO CONTÉM SPOILERS DA EDIÇÃO #1!
Os X-Men estão acostumados a ser uma minoria ameaçada de extinção no Universo Marvel, mas “Dinastia X” mostra uma raça mutante finalmente consolidando seu poder e ganhando uma nova base no espaço global. O Professor Xavier criou um novo lar para os mutantes em Krakoa, a Ilha Viva. Esta ilha serve como uma nova nação mutante, algo anteriormente tentado por Magneto com Genosha e Ciclope com a Ilha Utopia. Xavier parece pensar que pode ter sucesso onde seus amigos falharam, em parte por estender a mão a outros líderes mundiais e encorajá-los a reconhecer oficialmente a soberania da nova nação mutante.
Para encorajar relações amigáveis com o mundo exterior, Xavier usa seus recursos para comprar uma grande empresa farmacêutica e criar três medicamentos potencialmente invejáveis para os humanos – uma pílula que acrescenta cinco anos à vida de qualquer pessoa, um novo antibiótico super adaptável que combate qualquer doença e uma droga capaz de curar todas as doenças mentais em humanos. O problema é que apenas as nações que abrem relações diplomáticas com a nação mutante de Krakoa receberão essas três drogas. E isso é um dado extremamente importante porque coloca os mutantes dentro do quo Nação, e com isso, estão tentando de forma diplomática conseguir seu espaço em meio aos humanos
Como revelado na edição, Magneto está totalmente inspirado a acreditar na nova visão de Xavier em relação ao convívio entre humanos e mutantes. Ele leva vários embaixadores internacionais para fazer uma tour em meio as instalações de Krakoa, sendo ao todo 12 instalações. No entanto, Magneto é mais do que um simples guia turístico. Ele permite que as Irmãs Stepford leiam telepaticamente as mentes desses embaixadores, aprendendo o que cada um tem a esconder inclusive se eles continham segundas intenções, é descoberto então que uma arma havia sido levada secretamente até lá para matar os mutantes.
Após a descoberta, Magneto rapidamente destrói a arma e ao invés de matar os embaixadores por seus enganos, ele permite que eles vivam para possam entregar uma advertência clara ao mundo exterior. Krakoa não vai a lugar nenhum, e não há nada que os humanos possam fazer para impedir o surgimento de uma paz entre humanidade e a mutandade. Magneto insiste que os humanos devem olhar para os mutantes como seus novos deuses.
Talvez o aspecto mais controverso da nova nação mutante de Xavier seja sua oferta de anistia abrangente para todos os mutantes, independentemente de seus crimes no mundo humano. Isso cria uma tensão recém-descoberta entre os X-Men e o Quarteto Fantástico quando a Mística e a Irmandade de Mutantes invadem uma instalação de Controle de Danos para roubar dados científicos e projetos criados por Tony Stark e Reed Richards. Dentes de Sabre é capturado pelo Quarteto Fantástico mas Ciclope imediatamente chega para insistir que o prisioneiro seja liberado para retornar a Krakoa. Depois de um impasse tenso, Scott concorda em resolver o conflito em outro momento, mas esta claro que as relações amigáveis entre os X-Men e as outras equipes de super-heróis da Marvel estão bem tênues, afinal ninguém sabe o que ocorre dentro das instalações de Krakoa. Ao fim, Ciclope deixa um aviso de que o Franklin (filho de Sue e Reed) também é bem vindo a Krakoa, e que esta assim como os Richards são sua família também, deixando o clima ainda mais tenso.
Também fica claro que parte do objetivo de Xavier com o programa de anistia mutante é consolidar o poder de Krakoa e trazer todos os mutantes do nível omega do mundo sob o mesmo teto. Por isso, Ciclope demonstrou interesse ao encorajar o pequeno Richards a se juntar a sua família mutante (sendo ele considerado o mais poderoso dentre os mutantes de todos os tempos) e fazer de Krakoa o seu novo lar.
É praticamente desnecessário dizer que um jogo de poder dessa escala não será aceito sem oposição. A primeira edição introduz um novo inimigo para a raça mutante, uma organização chamada ORCHIS. Composta por ex-membros de grupos como AIM, Hydra, S.W.O.R.D, H.A.M.M.E.R, S.T.R.I.K.E, S.H.I.E.L.D, Alpha Flight e Sentinela Omega (que andava sumida das HQs), ORCHIS está determinada a salvar a humanidade da completa extinção. E inclusive é revelado que o ataque a Genosha atrasou a evolução da mutantade em 10 anos, mas que agora a população mutante voltou a crescer em larga escala, sendo assim a ORCHIS não tem muito tempo a perder. O grupo assumiu o controle do “Sol’s Hammer” (uma estação Dyson Sphere/estação espacial que Tony Stark projetou pouco antes das Guerras Secretas) e transformou-o em uma fábrica capaz de produzir sentinelas enormes.
Uma das grandes questões levantadas em Dinastia X é justamente o objetivo final de Xavier. Será que ele ainda anseia por um mundo onde humanos e mutantes possam coexistir pacificamente, ou está agora totalmente preocupado em garantir a sobrevivência de sua espécie? O fato de Xavier aparecer tão pouco e manter seu rosto escondido sob seu novo Cérebro portátil só aumenta o nível geral do mistério em torno dos seus planos.
As páginas da HQ são maravilhosas, elas mostram Xavier despertando Vulcano, Lupina e outros mutantes de casulos de Krakoa. O design diferente do capacete Cérebro do Xavier sugere que esta cena está acontecendo em um período de tempo diferente, mas não está claro se ele está clonando seus X-Men ou se a implicação da cena seja de fato um novo despertar, Isso certamente mudará muito do que pensávamos saber sobre os X-Men e seu lugar no Universo Marvel.
Outro ponto muito positivo é a imersão narrativa que Hickman da aos leitores ao apresentar algumas páginas informativas dando a entender que são materiais secretos dos mutantes. Assim como uma nova língua criada especialmente para aqueles que são mutantes, ela foi projetada totalmente por Krakoa, interpretada pelo Cifra (que desenvolve o papel fundamental na criação das instalações ao redor do mundo, com a ajuda da Sábia e Forge) e depois compartilhada por meio de um link telepático para todos os mutantes da Terra.
Dinastia X ou “House of X” foi um começo bastante sólido, definiu bem as bases que vão sustentar a nova fase dos mutantes, conseguiu empolgar os leitores e criou a ânsia pelas próximas edições, mérito da própria qualidade da história, que encerra o primeiro capítulo sem precisar ganchos como artifício. A série terá ao todo seis edições, juntamente com o Poderes dos X (Powers of X) que será lançada na semana que vem.
E então, o que acharam dessa primeira edição? Fiquem atentos ao Universo X-Men para mais informações sobre esse novo Alvorecer do X!