QUADRINHOS

REVIEW: X-MEN: RED #2 – Um Robin Hood dos tempos modernos!

RESUMO DOS EVENTOS: apresentação da mutante Trinária, presa em cativeiro; mídia e população reagindo de forma violenta aos mutantes por conta do assassinado da embaixadora “causado” por Jean Grey; Jean Grey, Noturno, Wolverine e Texugo do Mel refugiados em Wakanda; apresentação do mutante Gentil; pedido de socorro de Trinária para Jean Grey; Jean Grey e sua equipe ao resgate de Trinária na Índia; aparecimento de Sentinela.

EQUIPE: Jean Grey, Noturno, Texugo do Mel, X-23 (Wolverine).

 

A primeira edição de X-Men: Red (clique aqui para ler o nosso review) foi bastante envolvente e trouxe de volta aquela boa sensação de ler um quadrinhos dos X-Men, algo que tinha sido perdido em algumas histórias nos últimos anos, principalmente pelo descaso que a editora vinha tendo a equipe. Parece que com o renascimento da Fênix, também houve o renascimento dos X-Men e das histórias com aquilo que é a base do que eles sempre foram. Com um início tão bom também surgia o medo de que nas próximas edições a qualidade decaísse, mas por sorte não é isso o que ocorre.

X-Men: Red está começando -literalmente- do começo, a equipe não ainda não foi formada e aos poucos vamos conhecendo os membros da equipe. Então você deve esperar uma história de origem e apresentação. A segunda edição foca nisso, assim como as próximas também devem focar.

A história se inicia nos mostrando a mutante Trinária, uma personagem nova nos quadrinhos. Ela está sendo mantida em cativeiro por Lakshay Singh, a pedido do próprio pai dela, que odeia mutantes. O motivo do cativeiro é algo que ela teria feito, mas que ainda não é revelado. Na conversa entre os dois, a tv é ligada e com isso temos uma conexão com o que ocorreu no final da primeira edição. Cassandra Nova explodiu a cabeça de uma embaixadora que conversava com Jean Grey, o que faz dela a mutante mais odiada e perseguida do mundo

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O mundo já estava dividido sobre o perigo que os mutantes podem causar. Jean Grey tentou aliviar isso indo protestar em prol da mutandade na ONU, mas com o incidente, que foi gravado por repórteres, bem, o mundo todo consegue perceber o perigo que um mutante é, e que pode ser uma arma terrorista. Sabemos que os mutantes se relacionam com as minorias do mundo real, mas acho que esse evento não se liga somente a isso, podemos ver uma clara referência talvez ao discurso do cidadão de bem contra os bandidos versus o justiceiro social “defensor de bandido”. Sendo, é claro, os mutantes os bandidos, os criminosos.

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Sendo vista como uma terrorista extremamente ameaçadora e agressiva, certamente Jean Grey precisaria de um refúgio. Ela e sua equipe vão para Wakanda, país governado por T’challa, que se aliou a Grey anteriormente.

Em Wakanda conhecemos Gentil, um mutante que tem como habilidade a sua força, que é considerado tão forte quanto o Hulk. Porém, toda benção é também uma maldição. Quanto mais ele usa os poderes, mais dor ele sente e por isso evita usá-los e tenta se manter relaxado.

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Wakanda resolve uma mensagem de Trinária para Jean Grey. A mutante pede socorro. Ela é uma tecnopata, ou seja, consegue controlar eletrônicos. Ela usou as suas habilidades para fazer um ataque cibernético. Na Índia a desigualdade salarial entre homens e mulheres é enorme. As mulheres recebem 30% a menos que os homens. Ela atacou as contas dos 30 executivos mais ricos do país para dar 30% a mais para cada uma das mulheres. Algo bem Robin Hood, roubando dos ricos para darem aos pobres. Ela promete que pode ajudar Jean Grey, mas antes precisa ser resgatada.

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Jean Grey, Texugo do Mel, Noturno e Wolverine vão para a Índia. E usam o melhor disfarce do mundo:

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Lembrou vocês de algo?

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Brincadeiras a parte, a líder telepata usa seus poderes para ocultá-los, o que faz com que passem despercebido, isso é algo que a gente já viu sendo usado duas vezes no cinema, pelo Professor Xavier em X-Men: Primeira Classe e por Jean Grey em X-Men: Apocalipse. Com isso eles entram em uma van de Lakshay para irem até as instalações em que Trinária é mantida prisioneira. Jean Grey entra na mente dele para conseguir entender como funciona o lugar.

Mas como nem tudo poderia dar certo, um ataque da população aos guardas acontecem, Jean Grey tenta fazer todos dormirem, mas alguns cidadãos permanecem em pé e tentam atirar com armas. Jean Grey tenta se defender com a sua telecinese. O que até funciona. Mas  armas de fogo não eram o único problema e no final uma Sentinela aparece. E esse momento chocante e inesperado obviamente é a deixa para a próxima edição.

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A segunda edição consegue manter a qualidade da história, mas possui problemas de ritmo. Na primeira tivemos uma série de momentos empolgantes, um atrás do outro que nos deixaram “uau”, principalmente o final com Cassandra Nova. A segunda, embora mantenha a história iniciada e seja interessante, parece muito simples e direto. E embora as consequências da morte da embaixadora continuem mantidas, parece que o início da história pulou muito tempo. Jean Grey matou uma embaixadora das Nações Unidas e foi filmada pelo mundo inteiro? Realmente ruim, né? Ainda bem que ela conseguiu logo um país pra se refugiar e não teve um grande trabalho para fugir. O ponto positivo é Trinária, que parece ser bastante interessante e isso é algo difícil para um personagem novo, estamos tão acostumados com os antigos e queremos sempre ver mais deles que é difícil gostar de novos. Espero que a terceira edição comece mais empolgante e com uma boa batalha da equipe contra as Sentinelas. Jean Grey é a líder, mas quero ver toda equipe trabalhando junta.

Antes de encerrar o texto, quero fazer um breve comentário. A nossa intenção com esses reviews de HQs é fazer com que elas sirvam como uma guia dos quadrinhos para pessoas que estão perdidas nas histórias se situaram e também para pessoas que não leem quadrinhos, mas que gostam de saber o que está acontecendo nos quadrinhos e por conta disso elas possuem caráter descritivo. Ao mesmo tempo, é um meio de conversar com os nossos leitores e trocar opiniões, saber se eles gostaram tanto quanto a gente, ou se também não gostaram de alguns pontos, por isso possuem também caráter opinativo. Com este parágrafo de encerramento, gostaria saber se pra vocês está funcionando dessa forma ou se acham que o modo como fazemos não cumpre de forma eficaz o que queremos fazer.