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THE GIFTED: A série será uma “conversa” sobre intolerância, garante o elenco!

De todas as muitas criações da extensa lista de obras do Stan Lee e Jack Kirby, poucos já se provaram ser potentes alegorias de identidade transmutativa como os próprios mutantes. Em outras palavras, nenhuma criação de super-heróis foi tão fértil quanto todo o dilema de aceitação e de minorias que os X-Men representam. Isso é algo que The Gifted, a nova série dos mutante do Universo X-Men na FOX, tentará alcançar de forma proveitosa e desafiadora em 2017. E é algo sobre o qual o elenco está muito orgulhoso.

Sim, vou dizer diretamente para vocês, o nosso show é sobre intolerância“, Comentou a atriz Emma Dumont em uma entrevista após o painel de The Gifted na Comic Con. “Desculpe pelo spoiler, mas vemos isso na primeira cena da série, onde temos Blink, uma recém mutante, correndo tentando salvar sua vida, onde um policial poderia facilmente matá-la lhe caindo zero consequências, por causa do preconceito, por preconizá-la por algo que as pessoas estão desconfortáveis. Porque eles não entendem, e não sabem que as pessoas nascem com essas mutações, e isso é literalmente a forma em que vivemos“.

Andy Strucker passando pelo trauma antes de se descobrir mutante!

Ela não está errada em nenhuma menção quanto a Blink. A série realmente começa com o Blink (Jamie Chung) sendo perseguida devido à sua aparência diferente, caçada por forças policiais que visam prendê-la ou algo pior. Por nascer em um grupo minoritário, ela se torna o alvo de intolerantes e agressivos militares, onde consegue escapar por pouco em uma sequencia de ação incrível. A partir daí, as coisas só ficam mais perigosas, e Dumont, que interpreta a filha de Magneto, Lorna Dane, também conhecida como Polaris, tem esperança de que a série possa iniciar conversas mais calorosas, ou no minimo trazer a tona algo que todos evitam conversar. Não muito diferente de como Logan incorporou os preconceitos modernos de imigrantes e refugiados em toda a sua sabedoria mutante no início deste ano.

É doloroso, mas espero que este espetáculo venha a alertar a sociedade“, diz Dumont. “Porque é ridículo o quanto as pessoas evitam falar. E sim, vale a pena falar, é importante!! Estamos filmando em Atlanta, porque amamos. Nós adoramos filmar na Geórgia, porque era uma parte tão importante do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos, e sim, nossa estação subterrânea é baseado na ferrovia subterrânea. Quero dizer, não estamos tentando ocultá-lo, não estamos tentando fazer uma romantização aqui. Estamos tipo, de verdade, levantando assuntos ao qual queremos falar“.

Jamie Chung na mesma entrevista contou como uma comédia como “M * A * S * H ​​*” usou sua programação da Guerra da Coréia para não falar tão abertamente de eventos na então Guerra do Vietnã.

É extremamente importante, acho que é por isso que Matt [Nix] queria criar esta série e faze-la se destacar“, diz Chung sobre o showrunner de The Gifted. “Não é nada comparável ao que as pessoas realmente estão passando… Mas acho que isso torna o nosso show bastante diferente, porque estamos destacando censuras de eventos atuais“.

E, embora não tenhamos um olhar completamente detalhado sobre como The Gifted abordará esses problemas em sua corrida de 10 episódios, já nos primeiros 20 minutos revelados na Comic Con, existem diversas dicas visíveis. Por exemplo, o cerne da série é que um grupo minoritário seja mantido sob uma atenção muito cuidadosa da resistência mutante enquanto que do outro lado temos homens preconceituosos do governo dos EUA caçando esses grupos. E o líder masculino da série, Stephen Moyer, de True Blood, desempenha o papel de um promotor dos EUA que é provavelmente um patriota e um homem de família carinhoso que está buscando manter os “indesejáveis” do lado de fora da sociedade. Para a nossa segurança.

Os Strucker fugindo com seus filhos mutantes.

Em uma entrevista separada, Moyer também sublinha uma nova maneira de usar a metáfora mutante em The Gifted.

Uma das coisas que eles estabeleceram que eu gosto é que os mutantes e os seres humanos podem viver juntos, isso é absolutamente correto“, diz Moyer com uma pitada de ceticismo. “Mas os mutantes não têm permissão para usar seus poderes em público por ‘meios prejudiciais’. Então eu estava pensando nisso. Você pode cortar seus vegetais com seus olhos laser em particular, mas você não tem permissão para fazê-lo lá fora, na sociedade. E então ele [Reed, seu personagem] acha que está fazendo o melhor por sua família, protegendo-os disso. Ao prender pessoas que não podem controlar esses poderes, tirando-os da sociedade, ele acha que ele está fazendo o correto“.

A representação do personagem de Moyer com regras arbitrárias do governo que restringem a vida pessoal dos indivíduos de uma minoria, pode se associar a imagens de membros da comunidade LGBTQ+ que podem fazer o que querem, desde que não tentassem legalizar isso através do casamento. Ou como as pessoas que são transgêneros, que vivem em muitos paises onde ainda não estão autorizadas a usar o banheiro que corresponde à sua identidade. Ou até mesmo como os negros, que são censurados por diversas vezes em meio a casos de racismos e acabam não podendo nem mesmo conversar sobre o assunto. Muitas pessoas evitam conversar sobre esses assuntos e assumem que são “delicados demais”, mas na verdade só não querem falar sobre isso para não ter que arcar com mudanças em suas opiniões, ou lidar com o ego.

Personagem Blink, da Jamie Chung.

Da mesma forma, Dumont e Chang observam como seus personagens são especialmente marcados pela perseguição, dada a mutações físicas que os traduzam como diferentes, enquanto que os filhos do protagonista conseguem se esconder disso.

Nossas personagens mutantes, tem características que não nos permitem nos esconder da sociedade“, explica Dumont. “Especificamente, Blink, mas também Polaris. Os garotos Strucker podem esconder completamente que são mutantes. Eles saem pelo mundo, eles parecem normais. Quando saímos em público, as pessoas, eles sabem.” Quando perguntada se isso é uma alusão a um sexismo muito moderno e dolorosamente pertinente, Dumont diz: “Sim, exatamente!!“.

Na melhor tradição dos X-Men, The Gifted parece estar pronta para nos mostrar o que leva as pessoas a perseguir aqueles que são diferentes. E isso é algo muito forte por si só.

The Gifted estreia na segunda-feira, 2 de Outubro na Fox.

Fonte: Den of Geek!