QUADRINHOS

10 Coisas criadas por Morrison que deixaram os X-Men MUITO melhores

Acreditamos que a maioria dos fãs dos X-Men certamente diriam que Chris Claremont é o escritor mais importante das HQs dos X-Men. Claremont trouxe personagens e conceitos que os escritores utilizam até hoje. Após sua saída, escritores como Joe Kelly, Fabian Nicieza e Scott Lobdell fizeram sua parte trazendo grandes histórias para os mutantes. No entanto, nos anos 2000 ficou claro que os X-Men precisavam de uma renovação e Grant Morrison foi o escolhido para fazê-la. O que ninguém esperava, é que a fase de Morrison tivesse um impacto tão grandioso quanto teve. O fim da fase do escritor aconteceu há quase 20 anos, ainda assim, ele é considerado por muitos um dos melhores roteiristas dos mutantes. Pensando nisso, hoje trazemos 10 Coisas criadas ou modificadas por Morrison que deixaram os X-Men MUITO melhores.


Vale apontar que essa é uma lista opinativa, assim, há a possibilidade de que você não concorde com nossa opinião. Nessas situações sempre incentivamos o debate na área de comentários.

⊗ 1. E de Extinção

A fase de Grant Morrison, que se inicia em Novos X-Men #114, já começa com um arco que mudou a história da mutandade para sempre. E de Extinção se trata do enredo de vingança da “irmã” gêmea de Charles Xavier (na qual falaremos mais embaixo). Com um plano complexo ela simplesmente consegue exterminar 16 milhões de mutantes.

A relevância da história não acontece apenas pela sua qualidade incrível, mas pelo impacto que ela teve nos anos seguintes. A população de mutantes dos quadrinhos antes dessa história era de pouco mais de 17 milhões, após o massacre de Genosha sobraram cerca de 986 mil. Esse é o numero de mutantes que a Feiticeira Escarlate atingiu quando disse as palavras “chega de mutantes”, deixando apenas 198 vivos. O impacto do que Wanda fez não seria tão imenso, se a quase extinção não tivesse acontecido antes. É possível dizer que essa história impactou os X-Men até recentemente, quando Wanda finalmente se redimiu em Julgamento do Magneto. Isso significa que E de Extinção ecoou pelas HQs dos X-Men por mais de 20 anos.


⊗ 2. Mutações secundárias

Desde o começo dos quadrinhos dos X-Men existe o conceito de que alguns mutantes podem ter mais de um poder. No entanto, na maioria dos casos, quando um mutante tinha mais de um poder, eles eram relacionados. A própria Jean Grey é um exemplo, uma dentre os membros originais da equipe, possuindo telepatia e telecinese, dois poderes envolvendo a mente. Grant Morrison introduziu o conceito de mutação secundária, o que deixou os mutantes muito mais incríveis.

Tornar as mutações secundárias uma parte da biologia mutante no Universo Marvel se tornou uma mina de ouro. Isso porque escritores competentes ganharam abertura para desenvolver personagens de maneiras inimagináveis. Por exemplo, mutações secundárias permitiram que o mutante Anjo ganhasse um poder condizente com sua aparência. O mutante ganhou um fator de cura que pode ser compartilhado, seu sangue tem poderes curativos desde, desde que o receptor tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele.


⊗ 3 Mutantes não tão “incríveis

Se há uma coisa que todo fã de X-Men sonhou em ser, é um mutante. Ganhar poderes, se tornar uma pessoa telepata, telecinética ou que controla o clima seria incrível. Contudo, ser mutante pode não ser tão legal assim, os Morlocks ja mostraram isso para os X-Men. A fase de Grant Morrison elevou essa reflexão sobre o assunto para um nível ainda maior.

Morlocks como Callisto, Masque, Sanguessuga e Caliban não se encaixam na sociedade por sua aparência, mas possuem poderes interessantes. A proposta de Grant Morrison foi tirar um pouco o glamour do que é ser um mutante tanto na beleza, quanto na utilidade do poder, apresentando pessoas com poderes não muito utilizáveis, ou considerados ruins. Assim surgiu casos como o de Bico, um mutante com aparência de pássaro, mas que não pode voar; de Pescoço Longo, que apenas possui um longo pescoço e mais nada; ou de Ugly John, que possui três rostos. Há também mutantes poderosos com poderes ruins, como a vidente Qwerty.

Ao mesmo tempo que aprendemos que nem todo mutante é incrível, essa fase também mostra que uma pessoa pode ser incrível mesmo sem poderes extraordinários. O enredo de Bico no início de Novos Mutantes em 2019 mostra como esse elemento é impactante para as histórias dos X-Men.


⊗ 4. Kid Ômega

Visando tornar a escola de Xavier mais como uma escola tradicional, Morrison introduziu vários personagens, o que por si só será um item abaixo. Ainda assim, existe um personagem em específico que vale a pena citar em um único item. Esse personagem não é ninguém menos do que o rebelde Quentin Quire, que também conhecemos como Kid Ômega.

Quire é a exemplificação clara de um adolescente rebelde dos anos 2000. Subversivo, ele era o tipo de personagem que falava o que estava em sua mente, sem se preocupar com o que os outros pensavam. Ainda que muitas vezes de forma infantil, ele era o ponto que mostrava uma filosofia diferente da dos X-Men mesmo dentro do Instituto. Tanto, que começou a antagonizar os X-Men utilizando a filosofia do “Magneto estava certo”. O personagem é divertido, irreverente e conseguiu se manter na seleta lista dos poderosos mutantes de Nível Ômega após a reformulação de Jonathan Hickman.


⊗ 5. Emma Frost

Emma Frost apareceu pela primeira vez em 1980 em “Fabulosos X-Men” #129, onde ela ainda era uma vilã do Clube do Inferno. A personagem evoluiu ao longo do tempo e, nos anos 90, ela começou a trabalhar com os X-Men para treinar a “Geração X”. Sob a tutela de Joss Whedon Emma se transformou na potência que todos amamos, mas foi a fase de Grant Morrison que tornou isso possível.

Na fase de Morrison, Frost se mostrou muito mais do que uma vilã que se redimiu. Ela era uma mentora rígida, mas empática, bondosa, mas ainda assim arrogante e de personalidade forte. A cereja do bolo é o fato de que foi nessa fase em que Emma ganhou sua mutação secundária, a forma de diamante. Mutação essa, que se tornou uma das principais características da personagem.


⊗ 6. X-Men deixando de ser simples “heróis”

O sucesso do primeiro filme dos X-Men mostrou que na primeira década dos anos 2000 o público buscava um conteúdo mais sóbrio. Assim, foi natural que as novas HQs dos X-Men acompanhassem essa nova identidade. No entanto, a fase de Grant nos quadrinhos não trouxe apenas roupas pretas, mas um conceito que funcionou muito bem para os mutantes.

Logo na primeira edição dessa fase nós vemos diálogos onde Xavier diz que a equipe a partir daquele momento terá uma abordagem diferente. Isso porque os X-Men passariam a ser mais como vigilantes, uma equipe de resgate em emergência e não super-heróis. Além disso, a prioridade deles passou a ser os mutantes e não ajudar os humanos para serem aceitos. Esse é um conceito que Whedon descartou quando assumiu as HQs dos mutantes, mas Hickman trouxe de volta em 2019. Hoje em dia os X-Men sabem da importância de se manterem como heróis, mas os mutantes são a prioridade.


⊗ 7. Cultura mutante

Uma das coisas mais interessantes que Grant Morrison fez, foi imaginar os X-Men no mundo real em uma forma mais ampla. Ele estabeleceu mutantes como figuras subversivas que poderiam ser admiradas por rebeldes. Tanto, que alguns humanos passaram a se tornar fãs dos X-Men nessa fase. Assim, é natural que figuras que passam a ser modelos, mostrem uma cultura própria.

Posteriormente ao ataque de Genosha, a população mutante começou crescer e vimos novas coisas surgirem. Mutantes criaram seus próprios territórios, passaram a criar sua própria moda, fazer sua própria música e arte. Esse conceito inclusive, foi aproveitado na fase de Jonathan Hickman, onde vemos o Baile de Gala funcionando 100% com mão de obra mutante, na moda, na decoração, na música e na culinária.


⊗ 8. Novos personagens

Diferente de Chris Claremont, Grant Morrison não possui um número imenso de personagens criados. Ainda assim, como criador ou co-criador, Grant trouxe personagens muito marcantes para as histórias. Alguns deles foram marcantes para sua fase nos quadrinhos, porem, existem outros que se tornaram marcantes até mesmo para histórias fora dos quadrinhos.

Angel Salvadore, Bico, Fantomex, Glob, Kid Ômega, John Sublime, Pó e Xorn (a parte do Magneto a gente ignora rs) são alguns dos membros da qual se vale a pena citar brevemente quando se trata das criações de Morrison. No entanto, existem alguns nomes na qual vale a penda destacar de forma mais profunda. Um deles se trata da mutante Míssil Adolescente Megassônico, mutante que faleceu na primeira edição, mas era seu corpo que Emma Frost segurava quando se tornou diamante pela primeira vez. A mutante ganhou uma adaptação nos filmes do Deadpool interpretada por Brianna Hildebrand.

Os outros nomes a se citar são 5: Sophie, Phoebe, Irma, Celeste e Esme Cuckoo. As clones/filhas de Emma Frost são uma adição incrível para as HQs dos X-Men. Não apenas por elas individualmente, mas pelo papel que representam para Emma enquanto mãe, deixando a personagem ainda mais complexa. Vale citar também, que Morrison as nomeou de forma que as iniciais delas formam a palavra SPICE, em homenagem as Spice Girls.


⊗ 9. Arma Plus

Com tantos anos de existência das HQs, os retcons (continuidade retroativa) são elementos quase inevitáveis nos quadrinhos. Alguns deles revoltam os fãs, como no caso da alteração que tirou a mutandade da Feiticeira Escarlate, Mercúrio e Franklin Richards. Outros por outro lado, agregam muito as histórias, como o caso da história de Apocalipse ou a mutação de Moira McTaggert. Um dos que agregam para a história se trata do programa Arma Plus.

Nessa fase mudou-se o X do programa Arma X para o numeral romano referente ao 10. De modo que Wolverine não era apenas o produto de um projeto do governo para transformar mutantes em armas. Ele era a décima cobaia do programa Arma Plus – uma série de projetos governamentais focados na criação de armas para destruir mutantes. Esse retcon coloca Wolverine e Capitão América no mesmo programa, sendo o super soldado a “arma I”, a primeira tentativa na busca pelo soldado perfeito, equipado para vencer a guerra evolucionária. Esse conceito permitiu o lançamento da HQ Weapon Plus (2019) com Wolverine e o Capitão América como protagonistas.


⊗ 10. Cassandra Nova

Cassandra Nova era um parasita que se instalou no corpo da mãe de Charles Xavier ainda grávida. Dentro do útero, ela tentou assassinar o feto que era Charles utilizando o cordão umbilical para estrangulá-lo. Para se defender, o bebê Xavier lançou uma rajada psíquica na criatura, fazendo com que sua mãe, Sharon Xavier tivesse um aborto espontâneo. O resultado foi Cassandra sendo expelida como um bebê natimorto. Apesar de ser expelida e ter sofrido um grave dano com a rajada mental lançada por Xavier, Nova sobreviveu. Como matéria celular caótica, se agarrou a uma parede de esgoto por décadas, reconstruindo sua forma física e se aperfeiçoando, para retornar e se vingar.

A vingança de Nova se deu com ela conseguindo controlar Sentinelas especiais, que ela enviou para a nação de Genosha. Como já citado acima, o ataque foi extremamente bem sucedido e exterminou 16.521.618 mutantes. Um genocídio que ecoou pelas HQs dos X-Men por mais de 20 anos. A própria Nova se manteve relevante, sendo a principal antagonista de X-Men Red em 2018. Além disso, ela agora é uma personagem importante nas HQs dos Carrascos na fase atual dos quadrinhos.


Chegamos ao fim dessa lista, que poderia ser ainda maior. Afinal, você concorda com os elementos selecionados? Diga o que pensa nos comentários.