QUADRINHOS

O Dia em que a Sala do Perigo matou um aluno do Instituto Xavier

A aclamada fase de Joss Whedon nos quadrinhos de Surpreendentes X-Men Vol 3 trouxe muitas coisas boas para os mutantes. Nela nós tivemos o retorno dos amados uniformes coloridos, o desenvolvimento da relação entre Emma Frost e Kitty Pryde, além das boas histórias em si. Foi nessa fase também, que tivemos a personificação da Sala do Perigo, que se rebelou contra os X-Men e chegou a contribuir para a morte de um aluno do Instituto Xavier. Confira como tudo isso aconteceu.


É importante ressaltar que trataremos do caso de suicídio do mutante Asa (Edward Tancredi), que aconteceu no arco Perigoso de Surpreendentes X-Men. Esse assunto pode ser gatilho para muitas pessoas, então caso você seja sensível a esse tipo de conteúdo, recomendamos que pare a leitura para sua própria segurança.

⊗ Atualização na Sala

Antes de contar o que aconteceu, é preciso explicar como a sala se tornou um ser senciente. Em certo momento dos quadrinhos, o mutante Colossus teve sua mente controlada pelo Rei das Sombras, sem alternativas, Charles Xavier se viu obrigado a prender o gigante de metal na Sala do Perigo. Ali, utilizando sua força descomunal, Colossus destruiu completamente o local, que então precisou ser reconstruído.

Quem ficou responsável pela reconstrução foi Forge, que possui a capacidade de inventar ou recriar qualquer dispositivo eletrônico. O Professor Xavier pediu para que o mutante utilizasse a avançada tecnologia Shi’ar para compor a sala de treinamento, deixando seus hologramas muito mais realistas. O local foi programado para nunca matar ninguém e desligar assim que sentisse que uma morte era iminente. Essa tecnologia também foi o que deu vida a sala.


⊗ Viva e consciente

Enquanto a tecnologia Shi’ar estava sendo instalada nela, certa noite a Sala de Perigo simplesmente acordou e disse ao Professor X: “Onde estou?“, sem receber resposta. Essa não foi a única vez em que ela falou, durante os meses seguintes, o ser eletrônico incessantemente tentou entrar em contato com Charles Xavier, o único que podia ouvi-la, mas foi completamente ignorada.

Percebendo que a Sala de Perigo havia sofrido uma mutação se tornando viva, mas ainda precisando treinar seus X-Men, o Professor Xavier fez a escolha de ignorar e esconder a forma de vida de seus X-Men. Cada destruição da mansão levou a uma reconstrução, e geralmente a uma nova atualização da Sala de Perigo, aumentando ainda mais sua tecnologia.


⊗ Superdotados

A fase de Joss Whedon em Surpreendentes X-Men é dividida em 4 arcos. Superdotados, Perigoso, Destroçados e Incontrolável. Embora o arco onde a Sala do Perigo começa a fazer suas maldades se inicie oficialmente em Perigoso, há algo que acontece no primeiro arco que é um gatilho para a morte de Edward Tancredi.

Ord, um alien do planeta Grimamundo invade a Terra e traz consigo a tecnologia de seu povo, com ela, a Dra Kavita Rao consegue desenvolver a cura para o gene X. Ord quer acabar com os mutantes, para impedir uma profecia que diz que um mutante destruirá seu planeta. Em um ataque a mansão X, o alienígena utiliza a cura no mutante Asa que estava voando, removendo dele os poderes e deixando-o cair para morrer.

Armadura acaba conseguindo salvar o amigo, contudo, o impacto emocional de perder os poderes é devastador para Edward, que se sente inútil e deslocado. Ele não se encaixa mais no Instituo por não ter poderes (embora tenha permissão para permanecer), mas sente que não se encaixaria em uma vida comum, isso o deixa com depressão.


⊗ A morte de Edward Tancredi

O fato de Asa estar completamente vulnerável, somado ao ódio da Sala do Perigo, escravizada por Charles Xavier, causou aquela que se tornou a maior tragédia dentro do local. A Sala do Perigo precisava de duas coisas para concluir seu plano de vingança: superar sua programação que a proibia de matar e adquirir um corpo físico. Edward então foi o alvo que serviu aos propósitos da máquina.

Com suas capacidades holográficas, a Sala do Perigo que já estava controlando todo o sistema eletrônico do Instituto e até fora dele, fez com que Asa visualizasse Hisako Ichiki (Armadura), sua melhor amiga, dizendo coisas horríveis a ele, inclusive incentivando-o a se matar.

Fragilizado, o mutante não consegue enxergar outra alternativa senão desistir de sua própria vida. Dentro da ilusão holográfica da Sala do Perigo, ele salta daquilo que pensa ser um penhasco, morrendo no processo.


⊗ Perigo de vilã a aliada

A morte de Asa fez com que a sala superasse sua própria programação, ela não podia matar ninguém, mas fazer uma pessoa escolher morrer fez com que ela se tornasse uma assassina por tabela, isso deu autonomia suficiente para a máquina controlar completamente todos os mecanismos da Mansão X, manipular os X-Men para destruir o núcleo de comando dela e criar seu próprio corpo. Assim, ela passou a se intitular Perigo.

A máquina então, vai até Genosha para destruir Charles Xavier. O mutante telepata pede ajuda para Magneto que cria um pulso eletromagnético que deixa Perigo desativada tempo suficiente para que o mutante destrua seu corpo físico. A mente da máquina mutante no entanto, é transferida para o Pássaro Negro, que havia acabado de chegar. Perigo destrói o jato e outra batalha se inicia, com os X-Men lutando contra as máquinas da inteligencia artificial, assim, junto dos X-Men, Charles acaba derrotando Perigo.

A máquina só volta aparecer no arco seguinte, aliada a Ord para destruir os X-Men, mas esse plano também não dá certo. A máquina acaba aceitando a proposta de Emma Frost de se unir aos X-Men para derrotar os aliens do Grimamundo, com a condição de que a telepata entregue Xavier a ela depois.

Após o final do arco no entanto, Perigo é levada em custódia pela E.S.P.A.D.A, é perseguida pelos Shi’ar, e em meio a isso, confronta novamente Xavier. Após esse novo embate, suas linhas de programação são “consertadas”, com a máquina se tornando uma aliada dos X-Men, chegando a ajudar Vampira a dominar completamente seus poderes.

Depois de sua mudança, Perigo viveu muitas outras aventuras com os X-Men, mas essas são histórias para outros artigos.


O que você achou da abordagem que Whedon deu para um assunto tão sério como suicídio? Diga o que pensa nos comentários.