QUADRINHOS

10 Coisas dos quadrinhos dos X-Men que irritam a maioria dos fãs

Frequentemente nós postamos aqui listas com diversas coisas que os fãs gostam muito nos quadrinhos dos mutantes, os mutantes mais poderosos, as melhores equipes, as melhores sagas e etc. Contudo, há algumas coisas que irritam alguns fãs, nada que os faça parar de gostar do conteúdo nos quadrinhos, mas que incomoda. Sendo assim, o Universo X-Men resolveu se inspirar na lista do CB e destacar 10 coisas nos quadrinhos dos X-Men que irritam os fãs.


É sempre importante ressaltar que essa lista é opinativa, portanto, há coisas que você pode não concordar e justamente por isso incentivamos os debates na área dos comentários.

⊗ 1. Muitos quadrinhos para acompanhar

X-Men é uma equipe extremamente popular. Por muitos anos os mutantes foram carro chefe da Marvel e a venda de seus direitos autorais cinematográficos foram a salvação da empresa. Por isso, é natural que a empresa tente explorar comercialmente a equipe de todas as formas possíveis. Ter muitos quadrinhos também dá aos fãs muitas histórias para conhecer, mas não há só vantagens nisso.

Há um ditado que diz “tudo que é demais sobra”, esse é o caso de alguns títulos dos X-Men. Em vários momentos dos quadrinhos, os fãs se viam obrigados a acompanhar 5 ou mais títulos para compreender o que estava acontecendo isso sem mencionar crossovers. Colecionar quadrinhos não é um hobby barato, então as vezes muitos títulos ao mesmo tempo mais atrapalha do que é interessante.


⊗ 2. Wolverine até demais

É inegável que Wolverine é o mutante mais popular dos quadrinhos dos X-Men, os fãs amam o personagem (pelo menos a maioria deles) e Logan tem histórias incríveis. Ainda assim, o excesso de destaque que o personagem tem, incomoda. E não é apenas nos filmes.

Origens, Velho Logan, Snikt!, Noir, Ultimate Wolverine vs Hulk, Elektra e Wolverine, Kitty Pryde e Wolverine, Arma X, Surpreendente Homem Aranha e Wolverine e Wolverine e Deadpool são apenas alguns dos mais de 20 títulos que o personagem tem solo. Isso para não mencionar o destaque que ele tem nas HQs dos X-Men. Quando personagens como Jean Grey, Tempestade e Ciclope não possuem nem metade do número de títulos que Wolverine tem, é possível descrever o destaque do personagem como excessivo.


⊗ 3. A Falta de empenho para escrever os roteiros de Ciclope

Não é possível reclamar que Ciclope não tenha espaço nos quadrinhos, visto que muitas vezes o mutante se torna um dos protagonistas dos títulos. Sendo o líder mais famoso da equipe (talvez não o favorito), Scott Summers é sem dúvida alguma a cara dos X-Men. No entanto, durante anos, os escritores escreveram Ciclope exatamente da mesma maneira – o líder de equipe rígido, estraga festas, que só pensa em treino e é obcecado por Jean Grey.

Isso é uma coisa que incomoda alguns fãs, porque o crescimento deveria ser uma parte inevitável de todos os personagens, mas com Scott isso acontece a passos de tartaruga. O personagem não permaneceu parado, isso é um fato. Eventualmente, escritores como Grant Morrison e Joss Whedon mostraram aos leitores que Ciclope não precisava ser unilateral. A mudança de status do personagem de herói para “vilão” foi algo bem vindo. No entanto, mesmo quando o personagem mudava, os criadores ainda se concentravam muito em um ou dois traços do mutante para mudar. Nem mesmo um novo corpo fez com que o personagem se livrasse do trauma que o proíbe de utilizar seus poderes sem o óculos, por exemplo.


⊗ 4. A Galeria de vilões enfraquece porque eles se tornam X-Men

Os vilões são uma parte importante dos quadrinhos, e não é exagero dizer que os X-Men têm alguns dos melhores. A equipe não apenas luta contra vilões genéricos que querem dominar o mundo ou destruir toda a vida, mas também contra personagens que os fãs se compadecem, simpatizam e até mesmo torcem. Alguns vilões da equipe são, inclusive, mais populares que heróis prata da casa.

Essa é uma faca de dois gumes, porque significa que os fãs querem vê-los mais e a Marvel tende a fazer com que eles entrem para o time para aparecer com frequência. Ao mesmo tempo que evolui a história dos personagens, Isso também faz com que a galeria de vilões dos X-Men fique menor, e em alguns casos, os vilões simplesmente se tornam um pouco mais fracos para que eles não sejam a solução de todos os problemas. Embora isso funcione com alguns, como Magneto, é meio feio ver os X-Men sendo traídos várias e várias vezes pelos mesmos personagens.


⊗ 5. Mortes são banalizadas

Esse não é um problema exclusivo dos X-Men, é claro, todos os quadrinhos de super-heróis acabam sempre recorrendo para o artifício da morte para gerar dramaticidade. Contudo, isso se torna um problema quando a morte é banalizada de forma que os fãs não conseguem sentir empatia.

Diversos heróis já morreram mais de uma vez, isso faz com que os fãs deixem de sentir a perda. Wolverine morreu em 2014, 3 anos depois, em 2017, o personagem já estava de volta às HQs, algo que não era surpresa para ninguém. A morte de Gwen Stacy só teve um impacto tão grande, porque apesar de a personagem aparecer outras vezes como clone, a original nunca mais retornou. É claro, não estou sugerindo que personagens devam morrer e nunca mais voltar, mas que as mortes não causam impacto, não causam.


⊗ 6. O excesso de mortes de Jean Grey

Se as mortes são banalizadas nos quadrinhos, as de Jean Grey são ainda mais. É assustador pensar que se descrevermos uma “mulher mutante que morre demais”, qualquer pessoa que acompanhe os quadrinhos saberá que se trata da telepata. Isso porque a morte dela é tão banalizada, que acabou se tornando marca da personagem.

Jean “morreu” quando se sacrificou para salvar os X-Men no espaço, mas retorna como Fênix. Após se tornar Fênix Negra, se sacrifica morrendo mais uma vez, retornando com o retcon que diz que ela estava na verdade em um casulo no fundo do mar. Depois disso ela morre junto com com parte do universo Marvel em Desafio Infinito, retornando ao fim da saga.

Em Novos X-Men, então, manipulados por Xorn, Wolverine e Jean são mandados para o Sol e Logan se vê obrigado a matar a mutante, que retorna como Fênix e morre de novo na mesma edição. Jean retorna 150 anos no futuro em Ecos do Amanhã, se tornando a Fênix Branca da Coroa. Mais uma vez a mutante retorna dessa vez ressuscitada pela entidade em a Derradeira Canção da Fênix, depois disso temos a versão jovem da Jean morta pela Fênix e retornando, por fim a ressurreição oficial da personagem em Phoenix Resurrection.

Sempre que os autores não sabem o que fazer, basta matar Jean Grey, isso já ficou um pouco chato. Mas pelo menos a versão oficial da personagem permaneceu morta por mais de 10 anos, o que é muito mais tempo do que a maioria demora para retornar.


⊗ 7. Personagens novos/secundários deixados de lado

Há uma problemática quando se trata sobre transformar personagens originalmente desenhados brancos ou originalmente héteros em personagens racializados ou LGBTQI+ nos filmes. Uma das argumentações sempre é: “por que ao invés de transformar personagens, não criam novos?”. Muitas dessas tentativas acabam sendo em vão.

Existe inúmeros personagens que foram criados por alguns autores, que são interessantes, mas acabam sendo deixados de lado assim que a fase desse roteirista em específico acaba. Isso faz com que personagens como Oya, Cristal, Banshee e Forge ganhem pouco destaque. É claro que é possível compreender que se o público não gosta, eles não ganharão destaque, mas se os roteiristas não explorarem o potencial dos personagens, como o público vai gostar?


⊗ 8. Representatividade só no papel

Não é segredo para ninguém que X-Men é uma alegoria a segregação e a discriminação. Chris Claremont inclusive utilizou Martin Luther King e Malcolm X como exemplo para fazer um paralelo entre Professor X e Magneto. A equipe consegue capturar a essência de toda a dor que as minorias sociais sofrem e por isso tantas pessoas desses grupos gostam dos mutantes. Mas é inegável que embora a alegoria seja boa, a prática nem tanto.

O número de mutantes negros, indígenas, asiáticos, latinos, PCD ou LGBT+ é ínfimo se comparado ao de personagens brancos e héteros. Essa disparidade se torna ainda maior se pensarmos que existem mais personagens azuis que frequentaram a equipe principal dos X-Men do que mutantes negros, por exemplo. É algo que precisa mudar com urgência.


⊗ 9. Enredos não resolvidos

A fase de Chris Claremont como escritor dos X-Men foi uma das mais importantes na história dos mutantes. Ele tinha um estilo de escrita muito particular onde planejava alguns acontecimentos, deixando-os em aberto por anos até concretizá-los. Esse planejamento no geral é uma coisa boa, contudo, pode ser algo irritante quando apenas gera perguntas e não dá as respostas.

Mistérios são coisas que nos atraem e nos deixam presos ao enredo, querendo saber o que aconteceu. Contudo, quando eles não são planejados, mas sim jogados para os roteiristas decidirem o que fazer com eles depois, se tornam extremamente frustrantes. Aliás, agora que os X-Men foram para Krakoa, onde foi parar corpo de Hannah Conover, ex Rainha da Ninhada, que foi congelada e estava no instituto Xavier? Se foi destruído junto com as milhões de vezes que a mansão também foi, não sabemos.


⊗ 10. Os Retcons

Retcon é a alteração de fatos previamente estabelecidos na continuidade de uma obra ficcional como livros ou quadrinhos. Uma união das palavras em inglês “retroactive” e “continuity”, continuidade retroativa. Em outras palavras, é quando um autor ou roteirista pega um acontecimento já estabelecido e de conhecimento dos fãs e insere um novo fato, alterando completamente aspectos da obra. Algumas vezes eles são positivos, como no caso onde Moira foi alterada de humana comum para mutante. Contudo, há alguns casos que as alterações são tão absurdas que só causam irritação.

Citamos um pouco acima as inúmeras mortes de Jean Grey. Embora atualmente a personagem morrer seja um fato banal, na primeira vez que isso aconteceu oficialmente, não foi. O sacrifício de Jean na Saga da Fênix Negra poderia ter o peso da morte de Gwen Stacy, mas não só sua morte foi alterada, como toda a sua vivencia enquanto Fênix foi apagada. Desde seu ressurgimento, até mesmo as bilhões de mortes que a mutante causou com a entidade se alimentando de uma estrela, foram diminuídas. Afinal, com um retcon, foi dito que na verdade Jean estava presa em um casulo e quem fez tudo foi um clone da personagem criado pela própria Fênix.

Esse tipo de alteração sem planejamento, executada somente para não perder personagens populares, acaba sempre dando errado e irritando os fãs, Xorn que o diga. Sem mencionar o fato de alteração da paternidade de Magneto com relação a Mercúrio e Feiticeira Escarlate apenas por causa dos direitos cinematográficos dos filmes.


Chegamos ao fim dessa lista, você concorda com ela? O que mais te irrita com relação aos quadrinhos dos X-Men? Acha que faltou alguma coisa? Diga nos comentários.