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4 Coisas que os filmes acertaram e 4 que erraram feio com a Vampira

A Vampira é uma das mutantes mais queridas dos X-Men. Isso porque não apenas nas HQs, mas também nas duas animações mais populares dos mutantes (A Série Animada e Evolution), o aproveitamento da mutante sulista é extremamente bem feito. Infelizmente, os filmes não souberam aproveitar a personagem, e ela é, sem dúvida alguma, uma das piores adaptações dos longas. Ainda assim, há algumas coisas feitas com a Vampira que os filmes da Marvel podem aproveitar. Por isso, hoje, o Universo X-Men traz 4 coisas que os filmes acertaram com ela, e outras 4 que erraram muito.


É sempre bom ressaltar que essa é uma lista opinativa. Existe uma grande possibilidade de você discordar de um ou mais itens, justamente para isso, incentivamos o debate na área de comentários, que certamente podem ajudar outros fãs a formarem suas opiniões.

1 Acerto: A Escolha da atriz
Anna Paquin, atriz que interpreta Vampira

Esse talvez seja o item mais complexo dessa lista, e por isso começaremos por ele. Muitos de vocês podem discordar da escolha de Anna Paquin como Vampira, afinal, a visão que muitos têm da personagem é de uma mulher de corpo voluptuoso e olhos claros. Contudo, Anna possui inúmeros outros atributos que poderiam ser aproveitados se a produção desse o devido valor à personagem.

Anna Paquin é uma atriz extremamente talentosa, seu talento chamou atenção quando ela era apenas uma criança, ganhando o Oscar de melhor Atriz Coadjuvante com apenas 11 anos de idade. Além do Oscar, Paquin ostenta em sua carreira prêmios como Gotham Awards, Critics Choice Awards e o Globo de Ouro de melhor atriz em série dramática, por True Blood. Anna é capaz de fazer cenas de drama, terror, suspense, comédia e, é claro, ação (vide True Blood).

Em alguns momentos específicos de X-Men, nós vemos o quanto a atriz se destacaria se fosse bem aproveitada. A introdução de sua personagem, na cena dramática em que reage por colocar seu namorado em coma, merece muito destaque. Vemos depois, em X-Men 2, Vampira se tornando mais confiante e até querendo enfrentar Magneto. No entanto essa evolução só fica no papel, visto que até mesmo própria atriz reclamou e chegou a afirmar que só voltaria caso Vampira recebesse destaque.


⊗ 1 Erro: A personalidade
Vampira em X-Men: O Confronto Final

Como dito acima, Anna Paquin é uma excelente atriz acostumada a fazer todos os tipos de cenas, inclusive cenas de ação na série True Blood. A cena em que Vampira cai do avião em X-Men 2 foi feita sem dublê, aliás. Sendo assim, é fácil afirmar que Anna teria talento o suficiente para apresentar uma mutante de personalidade forte e combativa, mas não é o que vemos.

Em X-Men 1, Vampira é apenas uma adolescente, a donzela em perigo, mas isso não deveria se repetir nos filmes seguintes. Os fãs esperavam que com a experiência a personagem finalmente se tornasse a mutante debochada, pulso firme, de sotaque carregado e extremamente bem humorada, o que não acontece. Temos apenas um vislumbre de força quando ela ameaçou enfrentar Magneto, o que não é suficiente para convencer aos fãs. Quanto a seu humor sarcástico, em 20 anos de franquia, vimos isso acontecer uma única vez, algo que durou apenas 2 segundos.


⊗ 2. Acerto: Estabelece-la como personagem dramática
Cena de abertura da Vampira em X-Men: O Filme

Existe a possibilidade de uma parcela do público torcer o nariz para esse item, contudo, o drama é parte da vida dos mutantes. Sofrer discriminação desde sua adolescência, lidar com constantes conflitos com vilões, ter problemas familiares são coisas comuns para qualquer mutante. Isso é algo que deve ser sempre inserido nos filmes.

Acrescente essas questões ao fato de Vampira ser uma adolescente de 17 anos, com seus hormônios à flor da pele, com um novo namorado, mas sem poder tocá-lo. Apresentá-la primeiro como alguém insegura para depois tentar evoluí-la enquanto personagem é algo bastante interessante para se fazer nos filmes do MCU. Não só para Vampira, mas para todos os X-Men. No entanto, essa é uma faca de dois gumes.


⊗ 2. Erro: Focar somente no drama
Vampira em o Confronto Final

O drama é parte essencial da vida dos mutantes, mas sabemos que ele não é o único aspecto da vida dos heróis. Se por um lado dar dramaticidade para as questões de relacionamento da Vampira é algo interessante, por outro, focar apenas nisso é massante.

Existe uma imensa gama de situações onde poderiam aproveitar melhor a personagem, e aqui sequer vamos falar das cenas de ação. Sabemos que Vampira possui um forte relacionamento com Wolverine e Bobby, no entanto, a interação com outros personagens é praticamente nula. Vampira mal tem diálogos com Jean Grey, Ciclope, Tempestade e até mesmo com o Professor X. A motivação da personagem se baseou completamente no fato de não poder beijar seu namorado, a ponto de em X-Men: O Confronto Final decidir tomar a cura, um enredo que futuramente seria apagado por Dias de um Futuro Esquecido, ou seja, inútil.


⊗ 3. Acerto: O relacionamento com Wolverine
Cena Final de X-Men: O Filme onde Wolverine salva Vampira

Como dito nesse artigo, Vampira é uma personagem muito mal aproveitada, a relação da personagem com a maioria dos personagens é nula. Contudo, a construção da relação da mutante com Wolverine é sem dúvida uma das melhores coisas apresentadas em questão de desenvolvimento na franquia.

Marie D’ancanto (nome de Vampira nos filmes) e Logan iniciam o primeiro filme em um ponto em comum. Ambos perdidos, sem saberem para onde ir ou o que fazer de suas vidas. Vampira vê em Logan um porto seguro, alguém a quem pode se apoiar quando os problemas chegarem. O mutante, por outro lado, vê em Marie a humanidade e a inocência por ele perdida. A construção bem feita faz com que sintamos uma empatia muito maior por eles, do que pelo casal Jean Grey e Ciclope. É justamente por isso que a cena final, onde Wolverine salva Vampira se sacrificando por ela, é tão emocionante. Essa é uma relação que esperamos que seja aproveitada no futuro.


⊗ 3. Erro: A falta de cenas de ação e utilização dos poderes

Não importa a mídia em que apareça, Vampira costuma sempre ser uma personagem porradeira. Não importa se ela tem ou não super-força, o que importa é que a personagem sempre utiliza seus poderes quando necessário. Nos quadrinhos, inclusive, esse é um dos frequentes dilemas da personagem, utilizar os poderes ou lutar mentalmente contra as personalidades absorvidas? Esse é um dilema que nunca vimos nos filmes.

É possível citar no mínimo umas 5 situações onde os fãs esperavam ver Vampira utilizando seus poderes para combate. Isso não aconteceu em X-Men 2 na invasão da mansão, nem na invasão da base de Stryker. Também não aconteceu em X-Men: O Confronto Final, na batalha do último ato do filme, onde a personagem estava ocupada na fila da vacina da cura. Também não aconteceu nem no início, nem no fim de X-Men: Dias de um Futuro Esquecido. Nesse último, aliás, a personagem de Anna Paquin foi simplesmente cortada da versão lançada no cinema e serviu de donzela em perigo (quase 15 anos depois do primeiro filme) em sua própria versão do DVD.

É importante ressaltar, mais uma vez, que a personagem não precisa dos poderes da Miss Marvel para brilhar, mesmo sem esses poderes, Vampira já derrotou parte dos Vingadores nos quadrinhos. X-Men: Evolution também prova isso. O que falta para a personagem é alguém que realmente a conheça.


⊗ 4. Acerto: A história da mecha no cabelo

Vampira é o fio condutor de todo o primeiro filme dos X-Men. Ainda que ela não seja exatamente a protagonista, ela é alguém essencial para o enredo. Assim, Bryan Singer teve a possibilidade de trabalhar bem alguns aspectos da história da personagem, e isso inclui a famosa mecha branca no cabelo.

Em X-Men: O Filme, quando Magneto coloca Vampira na máquina que transformará os humanos em mutantes, a energia drenada da garota é tanta que uma mecha branca surge em seu cabelo. Essa história só existe no filme, nos quadrinhos o cabelo de Vampira é branco apenas porque sim. Se Noturno é azul, Glob é transparente, Vampira possui uma mecha branca e para os fãs isso basta. Contudo, a história da personagem ter um desenvolvimento maior deixa o universo como um todo mais rico. A forma como a mecha foi apresentada no filme é tão bem feita que até hoje algumas pessoas pensam que essa é a história oficial.


⊗ 4. ERRO: A cura

Poucas coisas revoltam mais os fãs de quadrinhos do que uma adaptação de um personagem que modifica completamente sua essência. Existem mudanças necessárias, existem mudanças coerentes, existem mudanças equivocadas e existe a Vampira tomando a cura em X-Men: O Confronto Final.

O Arco da Cura de Vampira é baseado em um episódio de X-Men: A Série Animada onde a mutante decide tomar a cura para finalmente poder tocar as pessoas. No entanto, uma das coisas mais importantes desse episódio, é o fato de que a própria mutante se arrepende dessa escolha e acaba fugindo do processo (que no final das contas sequer funcionaria). Tomar a cura não apenas vai contra todos os princípios que os fãs esperavam para a personagem, também a tirou da batalha mais importante do filme.

É isso mesmo, Vampira no primeiro filme está tentando sobreviver em um mundo completamente novo e preconceituoso, mas no terceiro, enquanto Jean se torna a Fênix Negra, Tempestade tenta se tornar uma líder, Wolverine precisa matar o amor da vida dele e até mesmo Bobby resolve sua rivalidade com Pyro, o maior conflito de Vampira é dar uns beijos (e não é nem no Gambit).


Chegamos ao fim dessa lista, afinal, você concorda com ela? Diga o que pensa nos comentários.