Leah Williams fala sobre escritores héteros ignorarem personagens LGBTQIA+
Em entrevista, Leah Williams falou um pouco sobre seu amor pelo Estrela Polar e de como escritores héteros ignoram personagens LGBTQIA+.
Na última semana, a escritora Leah Williams deu uma série de entrevistas a diferentes podcasts esclarecendo não só dúvidas pertinentes da cancelada X-FACTOR, como também divulgando seu trabalho no JULGAMENTO DE MAGNETO.
E uma de suas entrevistas foi para o podcast do Power of X-Men: Apocalypse, onde além de falar sobre seu trabalho, ela citava curiosidades de seu passado e também inspirações que a tornaram uma X-Fã.
Quando o assunto estava mais centrado nos personagens que a Leah havia escolhido para a sua X-FACTOR, a mesma não poupou elogios para o Jean-Paul, o líder da equipe, nosso famigerado Estrela Polar.
⊗ LEAH ESBANJA ADMIRAÇÃO PELO ESTRELA POLAR
Para contextualização, Jean-Paul foi o primeiro personagem a se assumir como gay na Marvel. E como se todo o seu legado por si só não fosse impressionante, ele também foi referência sendo o primeiro personagem gay a se casar com Kyle, o seu parceiro — humano — em um evento mega divulgado pela Marvel na época.
E pautando justamente esse assunto, Leah comentou um pouco sobre o Estrela Polar, seu amor pelo personagem e revelou como escritores héteros buscam “pular” — ou até mesmo ignorar — a existência de personagens LGBTQIA+.
“Sempre fui obcecada com o Estrela Polar, principalmente por seu passado. A Marvel ter ele como seu primeiro herói queer é uma baita conquista para a comunidade, isso poucos anos após aquela lei que nos impedia de ser representados nos quadrinhos. Então é claro, eu passei a ficar muito obcecada pelo Estrela Polar, obcecada principalmente pelo seu legado, obcecada por Kaio, seu marido, e eu gostaria de fazer o máximo que eu pudesse para acrescentar a sua história, por quão longe eu fosse.”
Leah está falando da Comics Code Authority.
“Eu queria a Jubileu também, pra ser a co-líder com o Jean-Paul. Infelizmente ela não estava disponível, pois a Tini já trabalhava com ela na Excalibur. Mas ainda assim ele era perfeito, por tudo que ele já passou, por tudo que ele já enfrentou em sua história. Pelo fato dele ser contra a força abusiva da polícia, contra o silêncio do governo e ser um ativista que prestigia e rege pela vida. Ele é perfeito para esse tipo de papel em Krakoa.”
“Porque ele suspeita do Charles, suspeita do estado e se importa muito mais com pessoas do que com seguir regras. E eu o amo por isso, é uma forma de cura e até revolucionário ter alguém como ele no papel de líder.”
Após toda a aclamação ao Estrela Polar, Leah falou sobre como os personagens queer são apagados.
⊗ LEAH WILLIAMS WAS RIGHT?
“E eu fico tão contente de ver pessoas que gostaram da forma como ele foi escrito, porque muitas vezes escritores héteros ficam com receio de pegar um personagem como ele, que é um homem gay, e escrevê-lo de forma discriminatória ou até reprimindo sua existência.”
“E eu estava tão pronta para escrevê-lo como ele é, esse homem gay cheio de si — muitas vezes egocêntrico —, que tem seus próprios princípios e que usa sua habilidades, mutantes ou não, para estar sempre há segundos para ajudar quem precisa. Por ser essa figura paterna e inspiradora. Um espírito livre, mas protetor. É uma das minhas coisas favoritas nele. E é uma das pessoas que eu gostaria de ter na minha vida. Alguém como ele é magnífico, e eu o amo.”
A declaração da Leah não é em vão. De fato, muitos personagens queer são usados apenas por suas habilidades, e isso não agrega nenhum desenvolvimento a eles, seja como mutantes ou em seus relacionamentos e sentimentos.
O caso mais recente, talvez, seria o de Rob Liefild contestando a ideia do personagem que ele criou ser hoje pansexual, o Shatterstar, quando ele mesmo ignora isso e o trata como hétero quando o escreve.
Porém, outros exemplos como o Homem de Gelo e a Kate Pryde, que são personagens LGBTQIA+, muitas vezes sequer são lembrados. A própria Kate deu um beijo em uma mulher após ser ressuscitada e nunca mais tocaram no assunto nas HQs.
E é triste, considerando que X-Men é uma história que fala sobre orgulho de ser quem você é, ter preconceitos como esses impedindo o avanço das histórias e de personagens queer.
Mas e vocês, caros leitores, concordam com a Leah? Gostaram de como o Jean-Paul dela foi escrito?
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