FILMES

Como a Marvel pode refazer a origem do Magneto no cinema

Todo mundo só quer saber dos X-Men no MCU. Diariamente surgem inúmeras teorias sobre como será a introdução dos mutantes nesse universo cinematográfico. Independente de como seja, é fato que um personagem em específico será um desafio e tanto para a Marvel Studios. Magneto é um nome importante para as histórias dos Filhos do Átomo. E muito do que define sua identidade é a sua história. Mas como será que levarão ela para as telefonas? Temos uma teoria!


Magneto e os X-Men começaram sua trajetória juntos, lá em 1963. Ele foi o vilão da primeira aventura da equipe. Porém, ele era muito diferente do que conhecemos hoje em dia. Em uma época de histórias maniqueístas e vilões unidimensionais, o Mestre do Magnetismo não fugia disso. Um super-vilão megalomaníaco que odeia a humanidade e acredita na supremacia mutante. Basicamente, um genocida.

Marthin Luther King e Malcolm X inspiraram Professor X e Magneto

Porém, com o passar do tempo ele ganhou mais profundidade, especialmente nas mãos de Chris Claremont. O autor focou na analogia política dos mutantes e estabeleceu para sempre o paralelo entre Marthin Luther King e Malcolm X com Charles Xavier e Magneto. Foi nessa época que a sua origem foi revisitada. Descobrimos que Eric Lehnsheer é um sobrevivente do Holocausto da Segunda Guerra Mundial. Ter passado por perseguição e sofrimento por ser judeu e a possibilidade de ser perseguido novamente por ser mutante fez com que ele adotasse uma postura mais radical, por conhecer o pior que a humanidade pode oferecer.


⊗ O DESAFIO
Magneto é um sobrevivente do Holocausto em X-Men (2000) e Primeira Classe (2011)

O fato da sua origem ser ligada a um evento histórico traz alguns desafios. E para falar a verdade, esse desafio não é novo. Eric era adulto durante os eventos da guerra nos quadrinhos. No primeiro filme, lá em 2000, tiveram que mudar um pouco as coisas, para se encaixar com o período. O Magneto de Ian McKellen era uma criança durante o final do Holocausto, o que justifica ele ser um homem maduro, mas não muito velho. O mesmo se manteve com a versão de Michael Fassbender, que retratou a vida do personagem entre os anos 60 e 90.

Porém, as coisas são mais complicadas agora. As histórias do MCU se passam em 2024. Em 15 anos será o centenário do começo da Segunda Guerra Mundial. Então como representar sua história?

Duas teorias são mais comuns entre os fãs. A primeira sugere que o personagem, de alguma forma, tenha envelhecido mais lentamente, permanecendo vivo até o presente, enquanto a segunda defende a mudança de etnia do personagem, para um homem negro. Dessa forma, a trama racial seria mantida e atualizada. Porém, as duas teorias propostas apresentam problemas. Na primeira, tira um pouco do peso do mundo real e torna a história mais fantasiosa e artificial do que já seria, por ser sobre um mundo com mutantes. No caso da segunda, pode soar um pouco problemático substituir uma minoria étnica por outra.


⊗ UMA SOLUÇÃO

Há um jeito de trazer os conflitos raciais dos judeus para um período mais próximo. E a solução para isso é ambientar a juventude do Magneto nos anos 70. Você já vai entender. Como todos sabemos, os anos 60 foram marcados pelos movimentos civis nos Estados Unidos. É nesse período, inclusive, que surgem as figuras que inspiraram Charles e Magneto. Porém, nos anos 70 a influência desses debates ainda era muito forte. Como consequência disso, houve o ressurgimento da Ku Klux Klan, uma organização religiosa e supremacista branca. Pessoas negras e judias foram perseguidas pelo grupo.

É aqui que tudo se encaixa. Eric poderia ser filho de sobreviventes que se mudaram para os Estados Unidos. Ele cresceria com essas histórias, assim como muitos judeus. Na sua juventude, ele acabaria cruzando novamente com essa ameaça. E por entender que a humanidade sempre persegue aqueles que são diferentes, adotaria uma postura mais radical quando se descobrisse mutante.


Infiltrado na Klan discute a perseguição a negros e judeus nos anos 70

Os anos 70, inclusive, são um ótimo jeito de introduzir Charles Xavier e Moira MacTaggert também. O Professor X nessa versão poderia ser um homem negro. O fato de ambos terem visto a atuação dos movimentos civis, dos debates raciais, bem como do pavor pelos supremacistas, poderia fazer com que os dois personagens se identificassem e construíssem uma amizade, que mais tarde levaria a visões diferentes de mundo. Inclusive, Charles poderia de fato ter Marthin Luther King como uma figura que o inspira.

Charles e Eric poderiam se conhecer no ambiente acadêmico. Enquanto um conseguiu entrar na faculdade por vir de uma família com mais dinheiro, o que não diminuiria o preconceito, o outro poderia ter mais dificuldade. E vale lembrar que nessa década também aconteceu a Segunda Onda do Feminismo. Esse poderia ser o caminho para introduzir Moira, que também poderia ser uma mulher racializada.

No fim teríamos três figuras importantes para a história dos mutantes que se desenvolveram em um dos ápices dos movimentos sociais, o que os marcaria na sua atuação política em prol da mutandade.


Como dito no início do texto, essa é apenas uma entre várias teorias. Sinta-se a vontade para discordar e expor a sua opinião nos comentários. Também pode nos contar como você atualizaria a história de Magneto.