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X-MEN 2: Um ícone para os filmes de Super Heróis completa 15 anos de lançamento!

O lançamento de X-Men: O Filme, no ano de 2000, é considerado por fãs um marco para o cinema, pois junto de Homem Aranha, de Sam Raimi, o longa restabeleceu a confiança do público, fazendo as pessoas acreditarem novamente que filmes de Super Heróis poderiam ser bem feitos. Com essa confiança restaurada, teríamos então, 3 anos depois, aquele que não só supriu expectativas, como as superou, sendo assim apontado por grande parte dos fãs, o melhor filme dos mutantes no cinema; X-Men 2, o longa que com 15 anos de existência, se prova sendo divertido, critico e incrível ainda nos dias de hoje.


Com o sucesso do primeiro X-Men, a expectativa dos fãs e também da critica foi bastante alta, o diretor Bryan Singer, junto dos roteiristas Michael Dougherty, Dan Harris e David Hayter, iniciaram a pré produção do filme ainda nos anos 2000. Diferente do primeiro, que conta com magneto e sua irmandade como vilões, este tomou como base a Graphic Novel “Deus Ama, o Homem Mata”, tendo como antagonista o coronel (que nos quadrinhos de Chris Claremont é apresentado como um reverendo) William Stryker, interpretado por Brian Cox. Um militar que tem uma relação muito proxima com Wolverine, personagem de Hugh Jackman que ganhou mais destaque após o sucesso de sua estreia no primeiro filme. Vemos então a invasão de Stryker a mansão X, o sequestro do Professor Xavier e o plano do militar para exterminar a todos os mutantes de uma só vez, um enredo simples a primeiro momento, mas o segredo de X-Men 2 está na complexidade dos personagens extremamente ricos em desenvolvimento e as relações deles entre si.

A começar por Jean Grey (Famke Janssen), personagem que está lutando para controlar seus poderes após os eventos do ano anterior na estátua da liberdade. Com o decorrer do filme, vemos a telepata se transformar, se tornando cada vez mais poderosa, e este poder se tornar cada vez mais incontrolável, o que torna o laço entre Jean e Ciclope (James Marsden) mais forte.


Outra coisa que chamou muita atenção no filme, foram as cenas de ação, muitas delas de tirar o fôlego, como a luta entre Lady Letal e Wolverine, a invasão de Mística a base de Stryker, ou a icônica introdução de Noturno (Alan Cumming) a franquia, com a invasão da casa branca, cena que se tornou um marco, além de parâmetro de comparação até hoje.

Outro ponto a ressaltar é a importância do Professor X e Magneto como pontos opostos de um mesmo “time”, os amigos, que também são rivais, possuem o mesmo objetivo, que é uma vida pacífica para todos os mutantes, no entanto, os métodos de ambos são completamente diferentes, e esses extremos lados de uma mesma moeda interpretados com excelência por Patrick Stewart e Ian Mckellen respectivamente, tornam a história ainda mais humana.


O resto do elenco de coadjuvantes tem menor importância, mas não deixam de ter seu espaço marcado na história, vemos a jornada de Pyro (Aaron Stanfprd), o crescimento de Vampira (Anna Paquin), participações de Kitty, Colossus e Syrin além de uma cena incrível da Tempestade de Halle Berry utilizando seus poderes para se livrar de inimigos que os estão perseguindo.

Mas X-Men 2 só foi o que foi, pelos diálogos extremamente bem escritos, sejam aqueles sobre religião, como aquele entre Tempestade e Noturno, aqueles sobre o preço que se paga por ser um mutante, como na piada sarcástica de Magneto para Vampira, e principalmente entre Bobby e sua família, diálogo que estabelece uma relação entre o fato das famílias não quererem filhos mutantes, assim como na vida real, algumas famílias discriminam membros que se descobrem ou se revelam gays. O diretor Bryan Singer pediu para que Ian Mckellen, que é gay, tomasse a direção desta cena, desta forma ela ficaria o mais verossímil possível, não é a toa que se tornou um dos diálogos mais fortes de toda a saga.


Não é possível falar de X-Men 2, sem comentar a magnífica cena de sacrifício protagonizada por Jean Grey, muitos fãs até hoje se perguntam a razão pela qual Tempestade não pôde ajudar, ou porque a própria Jean não tentou salvar a todos de dentro do jato. A questão, é que  ali não importava o X-Jato quebrado, ou as barragens da represa que se romperam, mas sim o fato de que a mutante já sabia o que viria a acontecer nos eventos de X-Men: O Confronto final, ela sentiu que não conseguia mais controlar seus poderes, “Scott, este é o único jeito”. Jean Grey escolheu morrer não apenas para salvar seus amigos da inundação, mas para salva-los de sí mesma, e isso torna este sacrifício ainda mais tocante.


X-Men 2 é um filme que consegue ser divertido e frenético com ótimas cenas de ação, ao mesmo tempo que é sério falando sobre preconceito, discriminação, fé, ódio para com o próximo e até mesmo política. Uma formula que deveria servir de lição para muitos dos filmes atuais. Infelizmente, Bryan Singer se envolveu em polêmicas de assédio envolvendo um garoto menor de idade, algo que não se pode ignorar devido a gravidade do assunto, mas também não podemos ignorar, que pouquíssimos filmes de super herói chegarão a esse nível de excelência.