Como “X-Men: O Filme” deu origem ao universo cinematográfico da Marvel!
Os Vingadores: Era de Ultron não apenas serviu para terminar o fim da Fase 2 do Universo Cinematográfico da Marvel (ou simplesmente MCU)- Homem-Formiga , que deve sair 17 de julho que é de fato o ato final oficial da fase – que também representa o culminar de 15 anos de filmes da Marvel. E tudo isso começou lá no inicio do verão de 2000, quando a 20 th Century Fox lançou o primeiro filme dos X-Men sobre a direção de Bryan Singer, um filme que sobreviveu a um histórico de produção difícil para se tornar uma bilheteria certificada tanto do estúdio em si quanto pra Marvel, influenciado diretamente em como a empresa buscou transformar quadrinhos em filmes em torno de anos de adaptações para o cinema, tanto boas quanto ruins.
Alguém poderia argumentar (e de fato alguns vão) que Blade, de 1998, é a verdadeira fonte do renascimento da Marvel, arrecadando US $ 70 milhões e gerando sua própria franquia. Mas X-Men é mais central à mitologia da empresa, e o sucesso do filme fez seus personagens previamente moribundos se tornarem uma das propriedades favoritas de Hollywood. Filmes estrelados por Homem-Aranha, Demolidor, Hulk, Quarteto Fantástico e Motoqueiro Fantasma rapidamente seguiam durante a primeira onda de filmes da Marvel, fazendo com que a editora olha-se para a sua volta de modo que a mesma tivesse o controle de seu próprio destino, tipo, “se esses caras podem fazer isso, nós também podemos” com o surgimento do primeiro filme do Homem de Ferro, lá em 2008, que acabou culminando no grandioso “Os Vingadores” de Joss Whedon, se tornando uma das maiores bilheterias mundiais.
Mas, tanto o MCU que tornou-se uma coisa grandiosa quanto o novo filme dos Vingadores, tem em sua “estrutura genética” os mesmos fatores que existem na franquia do Singer, que, muitas vezes é tão criticada por boa partes do fãs de quadrinhos. Pensando nisso, listaremos aqui as cinco maneiras diferentes que Singer e seus mutantes alquebrados influenciaram diretamente na criação da versão cinematográfica dos Vingadores.
1 – Ele provou o poder do trabalho em equipe
Antes de X-Men, os filmes de super-heróis em grande parte eram de trabalho solo, com as então ascendentes franquias de Superman e Batman (e, sim, até mesmo Blade) giram exclusivamente em torno de um único herói. Talvez a noção de múltiplos personagens PRINCIPAIS fantasiados compartilhando o mesmo filme provavelmente parecia pesado demais, caro demais e muito confuso para o público em geral. Mas a natureza do conjunto dos quadrinhos dos X-Men exigiu que o filme fosse sobre uma equipe, e Singer e o roteirista David Hayter criaram um espaço para “N” personagens importantes (sejam eles mutantes ou não) aparecessem o quanto seu orçamento limitado permitira.
Wolverine de Hugh Jackman é, inegavelmente, a presença mais forte no filme – ele junto com a Anna Paquin, são os personagens principais de fato, da mesma forma que Robert Downey Jr. o Tony Stark, domina ambos “Os Vingadores” e “Ultron” – mas os X-Men em si tem realmente um tempo de tela bem generoso entre o conjunto (bem … a menos que seu nome seja Tempestade ou Ciclope). Na verdade, na sua essência, o filme é sobre a formação de uma equipe; É verdade, é implícito que Ciclope, Tempestade e Jean Grey tiveram algumas missões juntos antes dos eventos do filme, e isso é muito importante que seja notado, mas a adição do Wolverine – e, em menor medida, da Vampira – na mistura muda a alquimia do grupo. O clímax na sequência da batalha na estátua da Liberdade é notável, de maneira que obriga os X-Men a reaprenderem trabalhar juntos, muito parecido no que ocorre em os Vingadores, quando finalmente descobrem como montar um verdadeiro grupo durante a batalha de ‘Nova York’.
2 – Teve lugar no Mundo Real
A resposta direta à estilização extrema da cidade de Gotham visto nos filmes originais do Batman – tanto do noir gótico de Tim Burton quanto dos dias sombrios de Joel Schumacher – é notória, no entanto X-Men se desenrola em um local real (Nova York, apesar de ter sido em grande parte filmado em Toronto) e enfatiza o realismo na concepção e produção do figurino.
“Eu provavelmente fiz o primeiro filme [super-herói], que eliminou todos os aspectos de ‘lugar fictício’ que tinha sido sempre uma parte dos filmes de quadrinhos”, Singer disse à revista Empire ano passado, citando Superman, de Richard Donner como uma influência fundamental. “Eu vi o Universo X-Men como um universo muito mais sério.” Assim como a personalidade do próprio Whedon, em Os Vingadores, abre espaço para mais piadas e o constante uso de cores e explosões do que em X-Men, mas também leva a sua construção de mundo a sério, usando locais reais dos Estados Unidos, em vez de inventada cidades. (Apesar de que, essa afirmação é toda dissipada no segundo filme, Era de Ultron, quando os Vingadores saem de Manhattan – primeiro filme – e partem para a nação europeia fictícia de Sokovia, assim como na nação africana de Wakanda.)
3 – Ele deixa as heroínas tão importantes quanto os heróis
Com exceção de 1984, Super-Moça, o melhor que as mulheres na primeira onda de filmes de quadrinhos podia esperar era para ser o interesse amoroso do herói/vilão, ou seja o personagem secundário, como Srta. Teschmacher de Valerie Perrine (os primeiros filmes do Superman) ou Uma Thurman de Hera Venenosa (Batman & Robin). Título de gênero específico de lado, X-Men faz questão de colocar as suas heroínas no campo, com Tempestade e Jean participando na maioria das batalhas em vez de assistir do lado de fora. E enquanto Vampira não participa ativamente, Singer tem o cuidado de reconhecer e destacar a extensão de suas habilidades, até o ponto onde ela é sem dúvida o mutante mais poderoso no filme, onde chega a deixar o Wolverine em coma e o próprio Magneto sem forças para ficar até de pé. E é claro, consegue deixar a Mística magnífica com aquelas sequencias de lutas super bem ensanhadas em um combo de sensualidade e força.
Da mesma forma, desde sua introdução relativamente menor em Homem de Ferro 2, a Viúva Negra tornou-se uma presença importante no MCU, ao deixar o Whedon fazer forte uso dela em ambos os filmes dos Vingadores. Ela pode não ser bem representada nas prateleiras de brinquedos, onde é excluída de todo o marketing para as pequenas, mas ela é uma parte integral da equipe em tela, com a sua formação superior em combate e fortes habilidades táticas compensando sua falta de super poderes.
4 – O pensamento ‘Globalmente’, e não ‘Localmente’
O que faz todos os três pré-Chris Nolan Batman terem algo em comum? Todos eles vêm dos Estados Unidos, assim como Christopher “Superman” Reeve e Wesley “Blade” Snipes. E foi os X-Men que começaram a tendência de recrutamentos com heróis de territórios estrangeiros, com Singer inicialmente escalando o escocês Dougray Scott para ser o Wolverine e, em seguida, entregando o papel para o então desconhecido ator australiano Hugh Jackman, quando Scott ficou com duvida em qual papel aceitar. O papel catapultou para o estrelato e Jackman abriu as portas para o processo de fundição de super-heróis de diferentes nacionalidades, como por exemplo um galês atuando como Batman, um Britânico para atuar como Superman, e outro australiano como Thor. (Ultron também adiciona um outro ator Inglês para o mix global, o corredor prateado Aaron Taylor-Johnson como Mercúrio por exemplo.)
5 – Deu a Joss Whedon um emprego
Apesar de ter sido conhecido principalmente por ser um escritor de TV por boa parte dos anos 90, Whedon também teve uma carreira de lado lucrativo como um ‘médico de roteiros’ de longas-metragens. Um dos pacientes que ele foi chamado para examinar foi o roteiro de X-Men. “O estúdio disse: Venha e perfure até o grande clímax, o terceiro ato, e se você puder, torne-o mais barato”, disse Whedon ao O AV Club em 2001. “E então, eles não só jogaram fora o meu roteiro como também não me falaram nada sobre isso; eles realmente me convidaram para fazermos a leitura e correção do roteiro, e então percebi que tinham jogado fora todo o meu projeto sem me dizer nada”.
Na verdade, algumas linhas de dialogo do Whedon foram mantidas, principalmente aquela ridícula da Tempestade, que praticamente, perece ter sido tirada das páginas daquelas HQ’s que estavam próximas de terem um fim por falta de vendas de tão ridículas que são, “o que acontece a um sapo quando é atingido por um raio”. Hoje em dia, é claro, Whedon é/foi uma das principais forças criativas por trás do MCU – embora ele ter deixado a Marvel após Ultron – e obteve grandes elogios (e críticas negativas, é claro) em fazer ambos Vingadores. E não se surpreenda, caso Whedon em algum futuro presente queira voltar para a ‘Marvel’: Com os rumores de que o X-Verso do Singer vai acabar depois de 15 anos, provavelmente a FOX já está a procura de um possível substituto para supervisionar a nova franquia, e Whedon definitivamente tem a experiência necessária para isso, afinal, ele ficou a frente uma das grandes séries dos X-Men: Surpreendentes X-Men, chegando a dar uma das linhas de diálogos e personalidades mais dignas da Emma Frost – Ou você não se lembra daquele confronto incrível entre Emma Frost e Kitty Pryde?
Talvez desta vez, eles usem mesmo o rascunho de roteiro dele.
Após a matéria ter sido publica hoje cedo, Singer postou em seu twitter uma mensagem de agradecimento ao Yahoo, por ter feito essa matéria incrível, e em seguida, agradeceu Whedon por ter escrito o melhor linha de dialogo.
Thanks @YahooMovies @ethanalter from all of us who believed back then! @josswhedon, you also wrote the best line 🙂 http://t.co/hqny7cxipi
— Bryan Singer (@BryanSinger) 1 maio 2015
E então, vocês gostariam que ao final de X-Men: Apocalipse, Joss Whedon assumisse por completo o controle criativo dos mutantes na FOX? Comente aí, o UX quer saber a sua opinião!
Fonte: Yahoo! Movies