Crítica: “X-Men: Dias de um Futuro Esquecido”
Na quinta-feira do dia 15/05/14 participamos da X-Men X-Perience, que aconteceu em São Paulo, no Shopping JK Iguatemi. Tivemos a oportunidade de pegar autógrafo com James McAvoy e Patrick Stewart assistir antecipadamente X-Men: Dias de um Futuro Esquecido e podemos adiantar pra vocês o que esperar!
Não é de hoje que a Fox é criticada por suas adaptações. E com X-Men, do qual o estúdio é dono dos direitos, não foi diferente, principalmente após Brett Ratner dirigir X-Men 3 (2006) e, ainda mais, com X-Men Origens: Wolverine (2009), considerado uma das piores adaptações de quadrinhos até hoje, que adicionou diversos problemas à cronologia, deixando os espectadores confusos e fãs indignados.
Até Matthew Vaghnn assumir o cargo de diretor do próximo e mais elogiado filme da franquia,X-Men: Primera Classe (2011), passado nos anos 60, com Profº Xavier e Magneto ainda jovens. O longa teve um saldo positivo, mas também deu margem à novas diferenças na linha temporal, coisa que, com Os Vingadores (2012) e demais filmes solos, a Disney – dona do direitos dos demais personagens do universo Marvel, fora Homem-Aranha, da Sony – sempre se preocupou e a Fox não, até então.
Agora, na produção que chega oficialmente aos cinemas no dia 22, Wolverine precisa voltar ao passado para evitar que o futuro caótico dominado por Sentinelas sequer aconteça. Essa premissa de viagem no tempo, trazida do arco de mesmo nome das revistas, caiu como uma luva, tanto para tentar consertar os erros do passado, quanto para salvar o futuro da franquia. Para tal, chamaram Bryan Singer, o diretor que deu vida aos X-Men nas telonas, e cá entre nós, foi a melhor coisa que poderia acontecer.
A assertividade de ter Singer de volta ao trono já se mostra nos detalhes, por exemplo com leve referência “X” na vinheta, seguida da música-tema e introdução narrada pela poderosa voz de Patrick Stewart (Xavier), deixando-nos arrepiados logo de início.
Seguimos com uma retratação dos anos 70 não é tão marcante com em Primeira Classe. Mesmo com figurinos e preocupação em inseri-lo num no contexto histórico (com presença do presidente e tudo), como pano de fundo para o evento fictício (criação dos Sentinelas), você acaba sentindo que o filme poderia ser passar em qualquer outra época.
Diferente do anterior, em que o foco era a relação entre os personagens e o desenvolvimento individual, este foca nas motivações de cada um perante a trama principal. O único com uma abordagem maior, podendo ser considerado protagonista, é o Charles Xavier, em sua luta de aceitação perante suas perdas. Isso significa também que Wolverine não é o foco. Por mais icônico que é, o personagem finalmente não tomou todos os créditos novamente. Em momento algum sua participação foi forçada. Teve sua importância que devia ter.
Além disso, os personagens tão amados estão de volta, mesmo que por pouco tempo. Eles aparecem mais pra matar a saudade, afinal o futuro é cerca de 20% do longa. Mas nem por isso, as cenas são menos memoráveis, com atmosfera sombria, campos de concentração, colares inibidores, pilhas de mutantes mortos soterrados, mostrando visualmente o quão medonhas as coisas tornaram-se desde os acontecimentos da trilogia principal e de Wolverine: Imortal(2013), justificando a motivação e desespero dos últimos X-Men sobreviventes em enviar a mente de Wolverine ao passado para tentar “cortar o mal pela raiz” da realidade atual.
Fora os ótimos efeitos especiais, um dos maiores pontos positivos são os atores. Michael Fassbender (Magneto jovem) e James McAvoy (Xavier Jovem) dão tanta força a seus personagens, quanto Patrick Stewart e Ian McKellen, mesmo com o bromance a amizade de ambos não levada tão a fundo. Bem como Jennifer Lawrence provando, de uma vez por todas, ser tão merecedora de Mística quanto Rebecca Romijn, na frieza, lutas e interagindo exemplarmente com os citados, em cenas de tirar o fôlego.
Bryan Singer continuou os acertos de Primeira Classe e intensificou os de X-Men 2. Não é um filme de 2 horas de explosões e pancadaria, a história foi bem desenvolvida, com cenas de ação presentes porque precisaram acontecer e não pra entreter gratuitamente. Logo, também temos muitos diálogos intensos que, em nenhum momento, chegam a tornar o filme monótono ou cansativo.
A quantidade violência aqui também difere muito longas passados. Diversas cenas de mortes chocantes intensificam, ainda mais, a situação devastadora e sem esperanças do futuro que eles se encontram. Os Sentinelas futuristas são assustadores e praticamente invencíveis, deixando claro que os mutantes não terem a menor chance e o porquê de estarem à beira da extinção.
No entanto, pecam um pouco na edição. Talvez por serem obrigados a diminuir o tempo do filme, que teve perda de cerca de 10 minutos e ficou no final com 2h11m, algumas vezes temos cortes brutos, transições agressivas de cenas, que dão impressão de estar “correndo” para dar essas informações e não as passando com naturalidade.
Em contrapartida é perceptível preocupação em deixar tudo claro ao espectador. Em diversos momentos são mostrados flashbacks, fazendo ligações, referências e dando explicações do que aconteceu com personagens que não voltaram, como Banshee, Azazel, Angel, etc. Mas algumas coisas não tem como consertar, a franquia já tem 14 anos e passou pela mão de diversos diretores e roteiristas que não se preocupavam com continuidade. E, após o efeito Disney/Marvel nos cinemas, a Fox não poderia mais ter esse luxo, e magistralmente resolveu o problema sem precisar de um reboot.
Como? Sem entregar demais, conseguiu arrumar uma forma de anular os acontecimentos tão criticados de O Confronto Final e Wolverine. Graças a Dias de um Futuro Esquecido, agora a franquia tem um mundo de possibilidades pela frente e uma nova chance para recontar toda a história e criação dos X-Men. E pelo jeito, está no caminho certo.
X-Men Origens: Wolverine (2009) realmente distorceu a cronologia .. e Bryan Conseguiu Consertar e da um novo rumo ao X-men ! C:
Foi perfeito